Direito: 6.280 eleitores solicitaram a inclusão do nome social no título e no caderno de votação. (Montagem/Exame)
Guilherme Dearo
Publicado em 20 de outubro de 2018 às 13h43.
São Paulo - Em uma eleição marcada por polarização, denúncias de corrupção, xingamentos, assassinatos e ataques nas ruas, fake news, debates cancelados e muito discurso de ódio, o que realmente importa para o Brasil acabou ficando totalmente de escanteio: as proposta para o País. O que antes era obrigação de qualquer candidato - apresentar boas e consistentes propostas para resolver os problemas dos brasileiros em áreas como segurança, saúde e educação - se tornaram "mero detalhe".
Pesquisa do Datafolha divulgada hoje (20) mostra que poucos eleitores, nesse segundo turno, vão votar em seus candidatos convencidos pelas propostas apresentadas. Apenas 15% dos eleitores de Fernando Haddad (PT) e 12% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PSL) se convenceram do voto pelas propostas de seus candidatos.
A pesquisa foi feito entre 17 e 18 de outubro, com 9.137 pessoas 341 municípios. As respostas foram espontâneas e era possível dar mais de uma resposta.
Entre os eleitores de Bolsonaro, "mudança" vem antes de suas propostas. 30% votarão nele porque têm "desejo de mudança". A rejeição a Haddad também está na frente das propostas do candidato do PSL, com 25% dizendo que optaram por ele porque não querem votar em Haddad de jeito nenhum.
Desejo de mudança aparece mais forte em faixas de renda menores, enquanto o antipetismo aparece mais forte entre faixas de renda mais elevadas. Antes das propostas, a questão da segurança e seus "valores pessoais" ainda aparecem como fatores de convencimento. Suas propostas, portanto, são a quinta causa de voto.
Já no caso de Haddad, antes dos 15% que citaram suas propostas estão 20% que citam a rejeição a Bolsonaro. Portanto, suas propostas aparecem como o segundo fator mais importante para o voto. Entre os mais ricos, o antibolsonarismo cresce, chegando a 30% dos eleitores citando tal fator como o mais decisivo.
Confira:
Renovação ou alternância de poder (30%)
Rejeição ao PT (25%)
Propostas de segurança (17%)
Imagens e valores pessoais (13%)
Plano de governo (12%)
Combate à corrupção (10%)
Rejeição a Bolsonaro (20%)
Plano de governo (15%)
Alinhamento ao partido (13%)
Experiência e capacidade de governar (11%)
Influência de Lula (11%)
Imagem e valores pessoais (7%)