Rio 2016: Vázquez se reuniu com representantes do Comitê Olímpico Rio 2016 para buscar uma solução emergencial (Pilar Olivares / Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2016 às 15h57.
A 77 dias do início da Olimpíada Rio 2016, a situação da saúde na capital fluminense é preocupante, alertou hoje (20) o Conselho Regional de Medicina (Cremerj).
O presidente da entidade, Pablo Vázquez, disse que a chegada dos mais de 800 mil turistas esperados para o evento pode prejudicar o atendimento à população como um todo.
Ontem (19), Vázquez se reuniu com representantes do Comitê Olímpico Rio 2016, integrantes da prefeitura e do governo estadual para buscar uma solução emergencial.
“É necessário que o governo federal, o estadual e o municipal façam investimentos extraordinários no planejamento estratégico da Olimpíada se quisermos ter uma assistência médica de qualidade”, disse o presidente do Cremerj em entrevista nesta manhã na sede do conselho, em Botafogo, zona sul.
Segundo Vázquez, um dos riscos é o desabastecimento dos bancos de sangue da cidade.
“É importante que a partir desse evento [reunião de ontem] eles entendam que, se o estoque de sangue no Rio de Janeiro não ficar em nível adequado, por conta de greve do setor administrativo, que outros estados forneçam, que fiquem de prontidão, que o governo federal venha para cá, as Forças Armadas, para garantir esse atendimento”, apontou.
Leitos
De acordo com o vice-presidente da entidade, Nelson Nahon, faltam quase 200 leitos de Centros de Tratamento Intensivos (CTIs) no Rio de Janeiro.
“Teríamos condições de ter, na Santa Casa do Rio de Janeiro, 400 leitos de retaguarda para clínica médica que não estão funcionando. Tivemos o fechamento do Hospital Juscelino Kubitschek, em Nilópolis, com quatro andares, maternidade e pronto socorro e emergência”, citou Nahon.
“Temos o fechamento do Hospital Salles Netto, no Rio Comprido, e do Hospital Leonel Brizola em Mesquita. O principal hospital de referência para os Jogos é o Lourenço Jorge, mas não há um polo de neurocirurgia”, criticou.
Segundo Nahon, a integração da rede de leitos municipal, estadual e federal poderá reverter esse déficit.