Protestos no Rio: para enfrentar a PM, os manifestantes atiravam morteiros e rojões, além de pedras (Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 21h00.
A situação voltou a se normalizar no Rio, após manifestantes enfrentarem a Polícia Militar por mais de três horas hoje (1o) à tarde em vários pontos do centro da cidade.
O tumulto começou quando sindicalistas ligados a várias entidades dos servidores públicos estaduais tentaram retirar as grades de proteção colocadas em frente ao prédio da Assembleia Legislativa, que elegeu hoje a nova mesa diretora da Casa e definiu o calendário de votação de medidas de austeridade voltadas para o equilíbrio financeiro das contas do estado.
Durante o protesto, foram queimados contêineres e caixas coletoras de lixo, além de um ônibus urbano na Avenida Rio Branco, que antes de ser incendiado foi depredado por um grupo de black blocs que participava da manifestação.
Uma agência do Banco Santander na Rua da Assembleia teve os vidros estilhaçados por pedras.
Com a confusão que se formou na região central da cidade, a rua Primeiro de Março, onde fica o prédio da Alerj e ruas próximas como São José e Sete de Setembro foram interditadas e o comércio da área fechou as portas mais cedo, por medida de segurança.
Muita gente procurou abrigo nos prédios comerciais e nos corredores esperando o término do protesto. Trabalhadores não puderam deixar os escritórios, devido ao forte cheiro de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e bombas de efeito moral usados pela Polícia Militar para dispersar a multidão.
Para enfrentar a PM, os manifestantes atiravam morteiros e rojões, além de pedras. Muita gente sofreu irritação nos olhos e passou mal por inalar o gás lacrimogêneo. O cheiro forte do produto se espalhou por vários quarteirões.
No final da tarde, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) voltou a funcionar entre a Rodoviária Novo Rio e a Praça Mauá e o sistema se normalizou gradativamente até o Aeroporto Santos Dumont.
Os ônibus urbanos e intermunicipais voltaram a circular nos terminais da Central do Brasil, Américo Fontenelle e Menezes Côrtes.
A concessionária Metrô Rio e Barcas S/A informam que os serviços funcionam normalmente. O mesmo acontece com os trens da SuperVia que atendem os ramais de subúrbio do Rio e Baixada Fluminense.
A assessoria de imprensa da Polícia Militar esclarece que policiais que faziam o cordão de isolamento em frente ao prédio da Alerj foram atacados com pedras e manifestantes forçaram a derrubada da grade de segurança que isola o Palácio Tiradentes.
A PM reprimiu a ação para preservar a integridade dos policiais e restabelecer a ordem no local.
A PM também confirma a prisão de um policial civil que efetuou disparos de arma de fogo contra a tropa de Choque em frente à Alerj.
O policial civil foi abordado por PMs da Coordenadoria de Inteligência da corporação após sair de uma estação do metrô. Ele estava sendo monitorado desde o momento dos disparos.
O policial civil confirmou os disparos e com ele foi apreendida uma pistola automática, com balas faltando. Ele foi encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil.