Coronavírus: OMS alerta para casos ainda em alta de covid-19 no Brasil (Antonio RODRIGUEZ/AFP)
Reuters
Publicado em 12 de junho de 2020 às 16h00.
A situação atual do Brasil, agora um dos epicentros mundiais do coronavírus, é uma preocupação crescente, principalmente nas cidades, afirmou Mike Ryan, chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O sistema de saúde do Brasil "ainda está suportando", embora algumas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) estejam em um estágio crítico e sob forte pressão, com mais de 90% de taxas de ocupação do sistema de cuidado intensivo, disse Ryan em entrevista coletiva.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, comentou que a covid-19 "acelera em países de renda baixa e média", o que deixa a OMS "especialmente preocupada sobre o impacto em pessoas que já lutam com o acesso a serviços de saúde - muitas vezes mulheres, crianças e adolescentes".
De acordo com a OMS, as crianças têm um risco "relativamente baixo" de desenvolver quadros graves da doença.
Elas, porém, transmitem a doença e por isso precisam igualmente respeitar medidas de controle, como quarentenas e uso de máscaras, notou a autoridade.
Ghebreyesus afirmou ainda que as mães com suspeita de covid-19 ou mesmo confirmação da doença devem continuar a amamentar, a menos que estejam com quadro grave.
Ele também falou da preocupação na OMS sobre o impacto da pandemia em adolescentes e jovens adultos, com riscos como os de aumento nos casos de depressão.
A OMS também pontuou nesta sexta-feira que as vacinas para o novo coronavírus deveriam ser disponibilizadas como um bem público global, como forma de garantir que todos tenham acesso justo a quaisquer produtos essenciais que sejam desenvolvidos.
"Muitos líderes... têm promovido a ideia de tornar qualquer vacina um bem público global, e isso deve continuar sendo fomentado", disse Ghebreyesus.
"Mais líderes devem se juntar ao barco, e precisamos ter um compromisso político verdadeiramente global e um consenso mundial antes mesmo de termos o produto", disse ele. "É isso que estamos pressionando."
As declarações de Tedros ocorrem depois de surgirem preocupações de que alguns países, incluindo os Estados Unidos, poderiam acumular vacinas ou medicamentos que desenvolvam para combater a Covid-19, com os países mais pobres não tendo acesso aos tratamentos dos quais precisam.