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Sirkis diz que não abrirá mão de pré-candidatura no Rio

O deputado disse que o PSB erra ao avaliar que o PT aceitará que o PROS apoie Eduardo Campos no Rio, terceiro colégio eleitoral do país


	Alfredo Sirkis durante cerimônia de abertura do Rio/Clima: Sirkis lançou-se pré-candidato ao Palácio Guanabara em fevereiro
 (Tarsio Alves/Divulgação)

Alfredo Sirkis durante cerimônia de abertura do Rio/Clima: Sirkis lançou-se pré-candidato ao Palácio Guanabara em fevereiro (Tarsio Alves/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 16h35.

Rio - O deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ) reagiu nesta terça-feira, 11, ao movimento de seu partido, liderado pelo governador Eduardo Campos, de apoio à possível candidatura de Miro Teixeira, do PROS, ao governo do Rio de Janeiro.

"Tenho sido pressionado a abrir mão da pré-candidatura, mas não vou fazer isso. Acredito que tenho mais condições de mobilizar o eleitorado. Querem liquidar logo a fatura, mas é uma precipitação. O Eduardo Campos não é conhecido no Rio, ele deve levar em conta a dinâmica local. Tínhamos ficado de conversar, mas o Eduardo Campos teve um momento Ciro Gomes", disse Sirkis à reportagem, em referência ao fato de o governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência da República ter dito ontem, em São Paulo, que o PSB caminha para o apoio a Miro Teixeira no Rio.

Sirkis lançou-se pré-candidato ao Palácio Guanabara em fevereiro. Campos, no entanto, planeja anunciar em breve apoio a Miro. Embora o PROS, fundado pelos irmãos Ciro e Cid Gomes, tenha fechado apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, Miro tem sinal verde do partido para abrir o palanque do Rio à chapa presidencial Eduardo Campos-Marina Silva.

O deputado disse que o PSB erra ao avaliar que o PT aceitará que o PROS apoie Eduardo Campos no Rio, terceiro colégio eleitoral do país. "O PROS é da base do governo. É um equívoco achar que o PT vai assistir passivamente (à aliança PROS-PSB)", afirmou Sirkis.

PROS e PSB buscam espaço no eleitorado insatisfeito com o governador Sérgio Cabral (PMDB), mas que não mostrou, até agora, interesse nas candidaturas do petista Lindbergh Farias e do ex-governador Anthony Garotinho (PR). Também pretendem explorar a boa votação de Marina Silva nas eleições presidenciais de 2010, quando a então candidata do PV teve 32% dos votos e ficou em segundo lugar no Estado, à frente do tucano José Serra.

No fim de semana, Sirkis publicou em seu blog um texto no qual reclamava da pressão do PSB e lembrava que, em 2010, o candidato do PV ao governo do Estado, Fernando Gabeira, obteve 22% dos votos. Cabral foi reeleito no primeiro turno, com 66% dos votos.

"Na sociedade, há um campo aberto, cariocas e fluminenses não parecem à vontade com o atual quadro de candidaturas. Existe um eleitorado verde e moderno no Rio que na eleição passada deu 22% para o Gabeira. Uma parte dessa galera me elegeu cinco vezes. É o eleitorado verde de classe média do Rio. O eleitorado de Marina em 2010 foi mais amplo que isso, pois incorporou um grande segmento de mulheres pobres, sobretudo. Acredito que, na ausência do Gabeira, sou um interlocutor natural desse contingente eleitoral, que, nesse momento, ainda não tende para o Eduardo Campos, que ainda tem escassa penetração no Rio, embora tenha um bom potencial por aqui", escreveu Sirkis, que teve quatro mandatos de vereador e em 2010 foi eleito deputado federal.

O deputado defende que sua pré-candidatura e a de Miro Teixeira sejam mantidas até junho, época das convenções partidárias. Até lá, acredita que ficará mais claro o candidato mais competitivo. Eduardo Campos pensou em anunciar o apoio a Miro já no próximo sábado, quando acontecerá no Rio o encontro PSB-Rede-PPS para discutir o programa de governo para a campanha presidencial.

Deputado no décimo mandato - entre 1970 e 1983 e desde 1987 -, ministro das Comunicações no governo Lula, Miro evitou falar como candidato da coligação PROS-PSB. "Qualquer atropelo pode gerar desentendimento e, em uma campanha, desentendimento só com os adversários", disse Miro. "Qualquer movimento será das executivas dos partidos".

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