Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro: ato na companhia foi convocado pela Força Sindical, ligada ao deputado Paulinho da Força, do Solidariedade (Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2014 às 18h49.
Rio de Janeiro - Sindicatos de trabalhadores, incluindo petroleiros, entraram nesta segunda-feira na batalha política em torno da Petrobras, em ato realizado na sede da estatal, no centro do Rio.
Com apitos, bandeiras e cartazes, diferentes frentes sindicais ligadas ao governo e à oposição fizeram uma batalha de argumentos contra e a favor da CPI proposta no Congresso para investigar as denúncias de corrupção na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
O ato foi convocado pela Força Sindical, ligada ao deputado Paulinho da Força, do Solidariedade. O parlamentar, que já foi presidente do sindicato, apoia o pré-candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, principal articulador da CPI. Cerca de 150 manifestantes participaram do ato com faixas contrárias ao governo Dilma.
Na época da compra da refinaria de Pasadena, ela era presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, Dilma afirmou no mês passado que deu aval à compra com base num "relatório falho" sobre o contrato.
Integrantes com camisas do partido Solidariedade filmavam o evento, mas negaram qualquer intenção partidária. "Estamos aqui para pedir um basta na corrupção na Petrobras, que está sendo usada com fins políticos. Acreditamos que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir por uma CPI exclusiva da Petrobras", afirmou Francisco Dalpra, presidente da Força Sindical no Rio.
Antes, um grupo de sindicalistas da Central Única do Trabalhador (CUT) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), com apoio de estudantes, deu um abraço simbólico ao prédio contra o que chamaram de "ataque especulativo" contra a Petrobras. Eles criticaram a oposição e a instalação da CPI.
O integrante do Conselho de Administração da estatal, Silvio Sinedino, acompanhou o ato. "Uma CPI agora tem objetivo claramente eleitoral para enfraquecer a empresa junto ao mercado internacional e ao governo. Nós estamos aqui para defender a empresa desse ataque, que em última instância visa a privatização da Petrobras", argumentou o diretor da FUP, Paulo Cézar.