Prisão do Lula: segundo a entidade, para impedir que casos de agressão e tentativas de censura se repitam é preciso que se retome a democracia (./Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de abril de 2018 às 14h27.
Última atualização em 9 de abril de 2018 às 14h44.
São Paulo - Em nota divulgada no sábado, 7, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo condenou as agressões a jornalistas na cobertura da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Lava Jato.
A entidade diz ter procurado o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e ter tido como resposta "a garantia de respeito ao trabalho dos profissionais" em exercício.
Ainda na nota, a entidade afirma que "essa situação lamentável" seria resultado também "da política das grandes empresas de comunicação, que apoiam o golpe, e que adotam uma linha editorial de hostilidade contra as organizações populares".
"Para impedir que casos de agressão e tentativas de censura se repitam é preciso que se retome a democracia, o que só será possível com Lula livre e com a garantia de o povo brasileiro poder votar legitimamente nas eleições", diz a entidade, ligada à CUT.
Só no sábado, ao menos seis repórteres foram agredidos ou ameaçados em frente ao sindicato, de acordo com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). E no dia anterior, outros três casos de agressão e hostilidade contra a imprensa foram registrados pela associação no local.
O presidente da Abraji, Daniel Bramatti, considerou "inadmissíveis" os atos de violência contra os jornalistas, "independentemente de origem ou veículo". "Nos últimos dias, acompanhamos com preocupação e inconformidade os relatos de agressões e intimidações", afirmou ele.
Da mesma forma, ele diz cobrar "publicamente a apuração do atentado contra a caravana de Lula, no qual tiros atingiram um ônibus que transportava jornalistas".
Segundo Bramatti, atos de intolerância "não são condizentes com o fortalecimento da democracia". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.