Brasil

Sindicato de jogadores ameaça partidas na Copa por calor

Fenapaf ameaçou tomar medidas legais para impedir que partidas sejam disputadas no começo da tarde em locais tropicais


	Maracanã lotado para a final da Copa das Confederações: apesar de a Copa do Mundo acontecer no inverno, algumas cidades têm clima muito quente no período
 (Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)

Maracanã lotado para a final da Copa das Confederações: apesar de a Copa do Mundo acontecer no inverno, algumas cidades têm clima muito quente no período (Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 18h17.

Ljubljana - O sindicato que representa os jogadores de futebol do Brasil, Fenapaf, ameaçou tomar medidas legais na Copa do Mundo de 2014 para impedir que partidas sejam disputadas no começo da tarde em locais tropicais.

O presidente da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, Rinaldo Martorelli, disse acreditar que pode obter liminares de última hora para impedir a realização de jogos, se a Fifa não concordar que as partidas ocorram em horários mais frescos do dia.

Ele disse que a proteção da legislação brasileira em relação à saúde dos trabalhadores favorece sua causa.

"Eu acho que nós podemos parar todos os jogos de abertura do campeonato que estiverem marcados para aqueles horários, o que causará enorme tumulto", disse ele à Reuters nos bastidores de uma conferência internacional de futebol.

Martorelli alertou que adiaria uma ação legal até o último minuto possível, de modo que os organizadores da Copa não teriam tempo para reverter a decisão de uma liminar, muito utilizada no Brasil.

Em maio, um juiz emitiu uma liminar determinando a suspensão do amistoso entre Brasil e Inglaterra no estádio do Maracanã, recém-reformado, por temores de segurança, quatro dias antes do confronto. O governo do Estado do Rio de Janeiro conseguiu anular a decisão, embora a liminar tenha causado embaraço e incerteza.

"Se nós pudermos sentar com a Fifa e eles aceitarem nossas propostas, o problema está resolvido", disse Martorelli.

"Se não, eles vão ter que esperar até o dia em que os jogadores vão para o campo, porque a polícia e um oficial de justiça vão estar esperando, não haverá jogo." "Não vai dar tempo para eles se recuperarem, eles sabem que é um risco que eles estão correndo ... eu posso ir a qualquer tribunal do país", completou.

Apesar de a Copa do Mundo acontecer no inverno, algumas cidades têm clima muito quente no período. Natal, Salvador e Recife sediarão partidas programadas para começar às 13h no horário local. Haverá ainda jogos às 16h em Cuiabá e Fortaleza, e às 15h em Manaus.

A Fenapaf disse que realizou jogos experimentais nesses horários em Manaus e Fortaleza para estudar os efeitos sobre os jogadores e deve divulgar os resultados nas próximas semanas.

"A Constituição e a lei favorecem medidas preventivas para proteger a saúde dos trabalhadores", disse Martorelli, acrescentando que teve contatos telefônicos semanais com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, sobre o assunto.

Acompanhe tudo sobre:CalorCopa do MundoEsportesFutebolJogadores de futebol

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022