Brasil

Sem acordo, sindicalistas prometem ocupar Congresso

A negociação quadripartite terminou hoje (2) sem acordo entre empresários, deputados e trabalhadores


	Membros da CUT em Brasília: para a CUT, a proposta é extremamente prejudicial à classe trabalhadora e muito vantajosa para os empresários
 (Valter Campanato/ABr)

Membros da CUT em Brasília: para a CUT, a proposta é extremamente prejudicial à classe trabalhadora e muito vantajosa para os empresários (Valter Campanato/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2013 às 20h40.

Brasília – Com o impasse na mesa de negociações a respeito do Projeto de Lei (PL) 4.330/2004, que regulamenta a terceirização no Brasil, os trabalhadores decidiram ocupar o Congresso Nacional amanhã (3) de manhã para pressionar a Câmara dos Deputados a votar contra a proposta, da forma como está redigida.

A negociação quadripartite terminou hoje (2) sem acordo entre empresários, deputados e trabalhadores.

Para o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, os patrões e parlamentares foram intransigentes e não quiseram negociar a principal divergência em torno do projeto: a contratação de trabalhadores terceirizados para execução de atividades-fim.

Hoje só é permitido terceirizar as atividades-meio das empresas, ou seja, pessoal da portaria, telefonistas, dos restaurantes, da segurança.

Nobre teme que a regulamentação torne mais precárias as condições de trabalho. "O projeto vai fragilizar os trabalhadores brasileiros, pois acabará criando a figura do trabalhador de terceira categoria, que faz a mesma atividade daquele que está na atividade-fim, mas não terá os mesmos direitos e benefícios dos empregados da empresa." O sindicalista destacou que, se hoje existem 12 milhões de terceirizados, caso o projeto seja aprovado, haverá 30 milhões, mas com menos direitos.

O projeto, de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) e relatado por Artur Maia (PMDB-BA), deve ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) amanhã. A votação tem caráter terminativo, ou seja, se o PL for aprovado na CCJ, irá direto para o Senado, sem passar pelo plenário da Câmara.

Para a CUT, a proposta é extremamente prejudicial à classe trabalhadora e muito vantajosa para os empresários. Estudo elaborado em 2011 pela CUT e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que o trabalhador terceirizado fica 2,6 anos a menos no emprego, tem três horas e meia de jornada a mais por semana e ganha 27% a menos. A cada dez acidentes de trabalho, oito ocorrem entre terceirizados.

Na última sexta-feira (30), as centrais sindicais fizeram diversas manifestações e paralisações para pressionar os governos federal e estaduais e o Legislativo para atendimento de uma série de demandas, entre elas a retirada do projeto.

Acompanhe tudo sobre:Congressogestao-de-negociosProtestosProtestos no BrasilSindicatosTerceirização

Mais de Brasil

Defesa de Collor reitera pedido por prisão domiciliar com atestado de Parkinson e transtorno bipolar

Gilmar Mendes retira pedido e julgamento de Collor segue no plenário virtual

Bolsonaro segue na UTI, 'sem febre ou alterações da pressão', diz boletim médico

Desaceleração no fim de 2024 faz Brasil cair seis posições em ranking global da produção industrial