Rodrigo Maia: presidente da câmara alertou que o setor privado "não investe em ditaduras" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de maio de 2019 às 08h51.
Última atualização em 23 de maio de 2019 às 10h03.
Brasília — Com o Congresso como um dos focos dos atos marcados para domingo, 26, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta quarta-feira (22) o que chamou de posturas antidemocráticas de pessoas no entorno do governo e alertou que "o setor privado não investe em ditaduras".
"Temos aí o exemplo da Venezuela", disse. "Reafirmar a democracia como o governo faz, apesar de alguns percalços no seu entorno, é fundamental."
Durante palestra no evento Seminário Previdência, organizado pelo jornal Correio Braziliense, Maia cobrou do governo "como um todo" uma posição mais proativa com as reformas. "Esperamos que o governo gere menos distração daquilo que é fundamental", disse.
As declarações ocorreram no dia seguinte à discussão pública com o líder do governo na Casa, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), motivada por críticas ao Legislativo.
Maia acusou o governista de compartilhar mensagem, via WhatsApp, que associa negociações com parlamentares a sacos de dinheiro.
Ao falar do assunto, Maia ironizou o rompimento. "Não posso romper com quem nunca tive relação. Não vou excluir ninguém, mas ele não faz parte do meu núcleo pessoal nem vai fazer."
Nesta quarta, após a discussão com Vitor Hugo diante de líderes partidários da Câmara, Maia evitou responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro, mas disse que ele dá "sinais trocados".
"A publicação é desrespeitosa, mas não foi só ele (Vitor Hugo). Tem secretários de alguns ministérios que também postaram e nós não vamos aceitar esse tipo de tratamento de alguns membros do Executivo e seus representantes em relação ao Legislativo", afirmou.
Sobre as manifestações convocadas em favor do governo e de Bolsonaro, Maia disse que críticas "são sempre muito bem-vindas quando respeitam o estado democrático de direito".