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Sesc SP anuncia 11 novas unidades; veja quais e quando vão abrir

A maioria das novidades abrange a capital paulista, no centro e em bairros das zonas norte e sul

A estimativa é de aumentar a área construída de 1 milhão de metros quadrados em um terço (paulisson miura/Wikimedia Commons)

A estimativa é de aumentar a área construída de 1 milhão de metros quadrados em um terço (paulisson miura/Wikimedia Commons)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 24 de maio de 2023 às 06h41.

Em meio à mobilização para barrar a aprovação da Medida Provisória (MP) que destina 5% dos recursos dos Sescs e Senacs à Embratur, o Sesc de São Paulo anunciou nesta terça-feira, 23, um plano de expansão com 11 novas unidades e a ampliação de outras oito em todo o Estado em até 10 anos. A maioria das novidades abrange a capital paulista, no centro e em bairros das zonas norte e sul. A estimativa é de aumentar a área construída de 1 milhão de metros quadrados em um terço.

Três unidades devem abrir de forma provisória ainda no segundo semestre deste ano: a nova sede, no antigo Mappin da Praça Ramos de Azevedo; o Sesc 14 Bis, onde funcionava a Fecomércio e que incluirá o Teatro Raul Cortez, na Bela Vista; e o Sesc Casa Verde, no antigo endereço da Riachuelo na zona norte paulistana. "Vamos chegar a um público cada vez maior. Chegar a mais cidades e mais bairros onde não estamos ainda. E com uma programação viva", disse Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo, em coletiva de imprensa.

Os novos espaços da capital a serem abertos nos próximos anos abrangem também os Sescs TBC (no histórico Teatro Brasileiro de Comédia), no centro, Pirituba, na zona norte, e São Miguel Paulista e Sapopemba, na zona leste. A expansão paulistana também envolve as obras de espaços definitivos onde funcionavam provisoriamente os Sescs Parque D. Pedro II, no centro, previsto para o segundo semestre de 2025, com 30,6 mil metros quadrados, e Campo Limpo, na zona sul, que seguirá em funcionamento durante a obra, com entrega prevista para o segundo semestre de 2027, com 38 mil metros quadrados.

Na região metropolitana, o Sesc definiu o terreno para uma unidade em São Bernardo do Campo, a ser aberta no segundo semestre de 2026, com 28,3 mil metros quadrados. Já, no interior os novos espaços serão inaugurados em Franca (primeiro semestre de 2024, com 35,5 mil metros quadrados), Limeira (32,2 mil metros quadrados, em 2027) e Marília (com 22,3 mil metros quadrados, no segundo semestre de 2025).

Além disso, há a previsão de construção de uma unidade definitiva em Mogi das Cruzes (sem prazo anunciado), onde há atividades temporárias desde novembro, e a expansão das instalações em Osasco (sem data), Taubaté (que receberá teatro e comedoria, até o segundo semestre de 2024, com 23 mil metros quadrados), Registro (com novos parque aquático, clínica odontológica e espaço expositivo até o segundo semestre de 2025, com 8,5 mil metros quadrados), Ribeirão Preto (que chegará 23,5 mil metros quadrados até 2027 com um novo prédio) e Presidente Prudente (sem data e nova área divulgadas). Não há previsão de novos espaços para hospedagem.

Hoje, o Sesc paulista tem 44 unidades, incluindo as especializadas, como o CineSesc. Os novos espaços envolvem imóveis adquiridos e cedidos. O custo inicial para a expansão é de R$ 2 bilhões, com a estimativa que chegue a R$ 6 bilhões ao longo dos próximos 10 anos. Segundo

O Sesc SP tem liderado um movimento contra o trecho da medida provisória que destina 5% dos recursos do Sesc e do Senac para a Embratur. O projeto de lei foi aprovado na Câmara e deve ser votado no Senado nos próximos. O Estadão apurou que a aprovação é incerta e que a verba representa cerca de R$ 440 milhões por ano.

Um abaixo-assinado virtual contrário à retirada da verba dos Sescs e do Senac reuniu estava próximo de chegar ao total de 1 milhão de apoiadores até as 17 horas desta terça-feira. Em unidades do Sesc, painéis e peças gráficas têm pedido o apoio de frequentadores, e, antes de apresentações culturais, um aviso sonoro pede a adesão dos expectadores ao #EmDefesadoSesc, por exemplo. Além disso, na semana passada, foram realizadas manifestações contrárias à MP em diferentes partes do País.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, o diretor do Sesc SP disse que a mudança é ilegal e uma eventual aprovação poderá ser questionada judicialmente. Ele argumenta que o projeto poderá abrir um precedente para outras interferências na verba do Sistema S, o que seria inconstitucional. Além disso, afirmou que impactará especialmente as unidades em Estados com menor arrecadação.

Em nota, a Embratur alega que a aprovação é essencial para a manutenção das atividades e que permitiria um aumento na atração de turistas estrangeiros de 6 milhões para 8 milhões ao ano, o que representaria R$ 10 bilhões. Também destacou que a medida provisória de 2019 que a transformou em serviço social autônomo (deixando de ser uma autarquia federal) retirou a agência do orçamento da União, fazendo com que não tenha hoje fonte permanente de financiamento.

Antigo Mappin, casarão histórico, TBC: os novos Sescs de São Paulo

Na capital paulista, uma das novidades será a transferência da sede do Sesc para o Edifício João Brícola, antiga loja da Mappin Stores, comprado neste ano após o fechamento da loja da Casas Bahia e a venda do edifício pela São Carlos Empreendimentos (ligada a Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles) em meio à crise das Americanas. O térreo será aberto para acesso do público no segundo semestre, enquanto a obra completa será concluída até 2027.

Ao todo, serão 15 mil metros quadrados, distribuídos em 14 pavimentos. Hoje, as atividades administrativas ocorrem no Belenzinho. A sede terá uma área expositiva sobre a história do Sesc, acessíveis para o público em geral, e receberá algumas atividades, mas não serão uma unidade com ampla programação.

A jornalistas, o diretor do Sesc SP destacou a localização "extraordinária" do espaço, em frente. "Estará em uma das esquinas mais movimentadas do mundo em termos de pedestres", declarou Danilo Santos de Miranda.

O prédio do antigo Mappin foi o mais icônico da rede de lojas de departamentos, que esteve no endereço por cerca de 60 anos, até fechar nos anos 1990. Inicialmente frequentado pela alta sociedade paulistana, passou para um perfil mais popular nas décadas mais recentes. Em estilo art déco, o imóvel foi inaugurado em 1939, com projeto do arquiteto Elisiário da Cunha Bahiana, o mesmo do Viaduto do Chá e do hipódromo do Jockey Club. A fachada tem como marca a presença de um relógio em algarismos romanos.

Também na região da Bela Vista, o antigo prédio da Fecomércio será transformado no Sesc 14 Bis. Hoje, o Sesc já ocupa dois pavimentos no local com o Centro de Memórias e o Centro de Pesquisa e Formação, que permanecerão no endereço. Por ser em um prédio já pronto, não incluirá piscina e ginásios.

A nova unidade também abrangerá o Teatro Raul Cortez, com capacidade para 513 lugares, que terá a programação gerida pelo Sesc. Ao todo, serão 20,4 mil metros quadrados, com entrega completa em 2026.

Já o Sesc TBC envolverá o restauro da antiga sede do Teatro Brasileiro de Comédia, no Bixiga, que marcou as artes cênicas em São Paulo, especialmente nos anos 1950 e 1960, e é tombado desde 1982. O espaço foi cedido pela Funarte por 35 anos, prorrogáveis pelo mesmo tempo, com abertura da unidade prevista para 2029. Ao todo, são 4,4 mil metros quadrados.

Inaugurado em 1948, pelo industrial italiano Franco Zampari, o TBC era inicialmente voltado a dar visibilidade ao teatro amador mas se destacou no cenário local nas décadas seguintes. Foi nele que surgiram nomes famosos das artes cênicas para o cenário cultural, como Cacilda Becker, Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg e Paulo Autran.

Outra unidade que ocupará um imóvel histórico e tombado da cidade é o Sesc Pirituba, que incluirá a antiga Casa de Nassau. Ao todo, serão 47,2 mil metros quadrados, com entrega no segundo semestre de 2027.

O imóvel histórico tem quase 100 anos e foi moradia da família do inglês Aleck Martin Wellington antes de ser transformado na sede da Sociedade Holandesa de São Paulo por décadas. A estimativa é que a unidade tenha características em parte mais campestres, pela presença de um bosque de décadas atrás e que será mantido.

Mais uma nova unidade é a de Sapopemba, que será construída em um terreno recém-adquirido de 15,6 mil metros quadrados, com projeto e data de início das obras a serem definidos. Já o de São Miguel Paulista será aberto em um terreno cedido pela Prefeitura, com 45,7 mil metros quadrados e entrega prevista para 2028. Na zona norte, a unidade provisória da Casa Verde ocupará 14 mil metros quadrados em instalações a da Riachuelo.

Outra iniciativa do Sesc no centro expandido é a implantação do Bulevar do Rádio na esquina da Rua Leôncio de Carvalho com a Avenida Paulista, em conjunto com o vizinho Itaú Cultural. Como o Estadão mostrou, a minipraça tornará um trecho de cerca de 115 metros da rua em um espaço de eventos culturais e circulação exclusiva de pedestres. A proposta teve o acordo de cooperação homologado pela Prefeitura em novembro. Trabalhos preliminares à implantação foram iniciados, com a remoção das redes aéreas de serviços de telecomunicação e, posterior, retirada dos postes.

A proposta inclui também a elevação das faixas de veículos para a altura da calçada, melhorias na acessibilidade e a troca do asfalto por material drenante, dentre outras alterações na infraestrutura. As medidas estão alinhadas ao chamado "traffic calming", de redução da velocidade e priorização da segurança e mobilidade ativa (a pé e de bicicleta).

O projeto mantém o ponto de táxi da esquina com a Alameda Santos e os acessos para as garagens dos edifícios vizinhos. A ideia é que a programação de ambos os centros culturais - que já fecharam aquele trecho da rua em eventos pontuais - avance ainda mais para os espaços públicos. O preço estimado para a implantação é de cerca de R$ 5 milhões, com entrega possivelmente ainda neste ano.

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