Brasil

Servidores do BC interrompem greve por 2 semanas por 'voto de confiança'

Com a suspensão da greve, as atividades rotineiras do Banco Central, como a divulgação de estatísticas e de relatórios, serão normalizadas gradualmente

Prédio do Banco Central em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

Prédio do Banco Central em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de abril de 2022 às 21h10.

Os servidores do Banco Central resolveram dar um "voto de confiança" ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e suspender a greve por duas semanas na tentativa de avançar nas negociações por recomposição salarial e reestruturação de carreiras, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad. Até dia 2 de maio, a categoria adotará operação-padrão, em que as atividades funcionam em ritmo mais lento, e retomará as paralisações diárias de 4h, de 14h às 18h, estratégia já adotada de 17 a 31 de março.

Segundo Faiad, a proposta estudada pelo governo de reajuste de 5% é insuficiente e a categoria vai apresentar uma contraproposta: abrir mão do reajuste de 27% desde janeiro de 2022, considerando apenas a partir de julho, para reduzir o impacto orçamentário este ano. "Além disso, cobramos novamente o atendimento integral à nossa pauta não salarial." Até dia 2, a categoria vai esperar uma resposta à contraproposta ou nova proposta oficial do governo.

Fique por dentro das principais notícias do Brasil e do mundo. Assine a EXAME

"Nós declaramos que 5% são insuficientes, apresentamos uma contraproposta abrindo mão de que o reajuste de 27% seja no primeiro semestre de 2022, permitindo que a Medida Provisória tenha validade apenas a partir de 1/7/2022, e, além disso, cobramos novamente o atendimento integral à nossa pauta não salarial", disse, em nota.

Ontem, segundo o representante sindical, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que 5% era a proposta oficial do governo e garantiu a implementação de dois pontos da pauta não salarial da categoria, que envolve também taxa de supervisão, considerar as carreiras do BC atividades exclusivas do Estado e aumento da autonomia do BC. Além disso, prometeu uma reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Campos Neto, porém, pediu confidencialidade sobre os pontos que seriam atendidos. "A tônica é um voto de confiança", reforçou Faiad. "Apresentamos contraproposta e vamos negociar."

A greve dos servidores do BC começou no dia 1º de abril. O movimento atrasa diversos boletins e publicações do BC, dentre eles, o Boletim Focus, importante divulgação para acompanhar as expectativas para indicadores como o IPCA. O BC ainda não se pronunciou sobre a decisão da categoria nesta terça e nem se há nova data para as publicações atrasadas.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralGreves

Mais de Brasil

Homem-bomba gastou R$ 1,5 mil em fogos de artifício dias antes do atentado

O que muda com projeto que proíbe celulares nas escolas em São Paulo

Haddad se reúne com cúpula do Congresso e sinaliza pacote fiscal de R$ 25 bi a R$ 30 bi em 2025

Casos respiratórios graves apresentam alta no Rio e mais 9 estados