José Serra e Michel Temer: antes do encontro, Serra defendeu a participação do PSDB em eventual governo do vice-presidente. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2016 às 06h33.
Um dia depois de defender a participação do PSDB em eventual governo do vice-presidente Michel Temer, o senador José Serra (PSDB-SP) foi conversar pessoalmente com ele, neste domingo, no Palácio do Jaburu.
Serra desembarcou à noite em Brasília, horas depois de Temer receber o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
Dirigentes do PSDB querem impedir integrantes do partido de ocuparem cargos no primeiro escalão, caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff seja aprovado no Senado e Temer assuma.
A decisão do PSDB será tomada em reunião da Executiva Nacional do partido, marcada para terça-feira.
"Se o futuro presidente Michel Temer aceitar os pontos programáticos do PSDB, o partido deve apoiar o governo. E se apoiar o governo e for convidado, deve participar do governo", escreveu Serra neste sábado, em sua conta no Facebook, endossando opinião do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
"Seria bizarro o PSDB ajudar a fazer o impeachment de Dilma e depois, por questiúnculas e cálculos mesquinhos, lavar as mãos e fugir a suas responsabilidades com o país", completou ele.
O PSDB vai avaliar se é o caso de abrir uma exceção para a participação de Serra em eventual governo Temer. Há divergências sobre o assunto entre tucanos porque o PSDB impetrou ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com pedido de cassação da chapa Dilma-Temer, sob alegação de abuso do poder econômico na campanha eleitoral de 2014.
O deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), secretário-geral do partido, chegou a dizer que existem "conflitos de interesses" impedindo a formalização do apoio, caso Temer venha a ocupar a cadeira de Dilma.
Antes de receber Serra, Temer se reuniu no Jaburu com Paulo Skaf, que lhe apresentou uma proposta de ajuste fiscal sem aumento de impostos.
Temer concordou com ele que, neste momento, o País não suportaria novo aumento de carga tributária e nem a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), conhecida como "imposto do cheque".