José Serra: tucano foi derrotado pelo PT nas duas últimas eleições que disputou, para presidência e para prefeitura de São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2013 às 18h00.
São Paulo - O ex-governador de São Paulo José Serra decidiu permanecer no PSDB, descartando a mudança de partido para o PPS, ofertada pela legenda para que fosse candidato presidencial, e disse nesta terça-feira que o ninho tucano é "a trincheira adequada" para derrotar o PT em 2014.
"A minha prioridade, é derrotar o PT, cuja prática e projeto já comprometem o presente e ameaçam o futuro do Brasil. O PSDB, partido que ajudei a conceber e a fundar, será para mim a trincheira adequada para lutar por esse propósito", disse Serra em seu perfil na rede social Facebook.
"A partir dela me empenharei para agregar outras forças que pretendem dar um novo rumo ao país", acrescentou.
Serra já havia informado mais cedo ao presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), sobre sua decisão de permanecer no PSDB.
Freire lamentou a decisão de Serra e avaliou que representa uma "perda significativa para a oposição viabilizar um segundo turno para a Presidência em 2014", mas desejou sucesso ao ex-governador.
O deputado disse que a tese de candidatura própria do PPS está "sendo superada" dentro da sigla e que o partido vai avaliar o cenário eleitoral do ano que vem.
Com a decisão de não trocar de partido, a única chance de Serra para disputar a Presidência pela terceira vez é buscar a realização de prévias para a escolha do candidato tucano no ano que vem.
O favorito para ser candidato do PSDB em 2014 é o presidente da legenda, o senador Aécio Neves (MG), que tem inclusive sido a estrela principal dos programas do partido na TV e no rádio.
O fico de Serra ao PSDB também deve reduzir o número de candidatos de peso na eleição presidencial, já que ele ou Aécio estarão na disputa.
Esse número pode ficar ainda maior caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida nesta semana não conceder registro à Rede Sustentabilidade, partido que a ex-senadora Marina Silva tenta fundar para a eleição do ano que vem.
Se a Rede não for viabilizada junto à Justiça Eleitoral até 5 de outubro, Marina, que atualmente ocupa a segunda posição na preferência do eleitorado, tem esse mesmo prazo para se filiar a algum partido e estar apta a disputar a Presidência.
Nesta terça, o Ministério Público Eleitoral emitiu parecer contrário à concessão de registro à Rede pelo TSE.
A presidente Dilma Rousseff é a favorita para se reeleger na eleição do ano que vem, segundo pesquisas eleitorais recentes divulgadas a pouco mais de um ano da eleição.
O presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, também é apontado como provável candidato ao Palácio do Planalto no ano que vem.