José Serra: "Criamos até um instituto específico, uma coisa que sai caro, para poder manter aquele facínora (o Champinha) preso. Eu creio que essa mudança pode ser feita sem reforma constitucional", disse o ex-governador de SP. (Lailson Santos/EXAME)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2013 às 20h58.
Brasília - O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) afirmou que é a favor de mudanças na lei que protege o adolescente infrator para que, em casos excepcionais, se possa punir aquele que tiver cometido crime grave. Serra lembrou que, quando governador de São Paulo, conseguiu impedir que Roberto Aparecido Alves Cardoso, mais conhecido como "Champinha", fosse solto depois de três anos de internação, sendo transferido para uma Unidade Experimental de Saúde.
Em 2003, "Champinha" e outra pessoa sequestraram um casal e estupraram a moça por dias seguidos. Depois, os mataram. O caso provocou revolta tão grande quanto o do assassinato, agora, do estudante universitário Victor Hugo Deppman por um menor que completou nesta sexta-feira 18 anos. Por causa desse crime, o governador Geraldo Alckmin sugeriu ao líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), que apresentasse projeto para que menores infratores possam ser transferidos para prisões comuns depois de completarem 18 anos.
"É a possibilidade de o assassino continuar preso mesmo depois de 18 anos. Nós fizemos isso com aquele famigerado 'Champinha'. Criamos até um instituto específico, uma coisa que sai caro, para poder manter aquele facínora preso. Eu creio que essa mudança pode ser feita sem reforma constitucional", disse Serra. Ele lembrou que na época o PSDB apresentou proposta de mudança na lei, mas os projetos não andaram.