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Serra defende "conselho informal" para conduzir Mercosul

Apesar das declarações do presidente venezuelano de que o país exercerá plenamente o comando do Mercosul, a Venezuela não tem condições de conduzir o grupo


	José Serra: apesar das declarações do presidente venezuelano de que o país exercerá plenamente o comando do Mercosul, a Venezuela não tem condições de conduzir o grupo
 (Reuters/Ueslei Marcelino)

José Serra: apesar das declarações do presidente venezuelano de que o país exercerá plenamente o comando do Mercosul, a Venezuela não tem condições de conduzir o grupo (Reuters/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2016 às 16h44.

Brasília - Em meio ao impasse sobre a presidência da Venezuela no Mercosul, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, defendeu nesta quinta-feira, 4, a criação de um "conselho informal" para conduzir as atividades do bloco.

Na avaliação do ministro, apesar das declarações do presidente venezuelano, Nicolas Maduro, de que o país exercerá plenamente o comando do Mercosul, a Venezuela não tem condições de conduzir o grupo também formado por Argentina, Paraguai e Uruguai.

"(A solução ideal) é pegar os embaixadores dos países no Mercosul e eles fazerem um conselho informal para tocar os assuntos", afirmou Serra. "A Venezuela não tem condições de assumir, por um lado, porque não cumpriu ainda os requisitos do Mercosul.

Segundo porque imagina que o Mercosul deveria funcionar em Caracas. É inteiramente utópico imaginar essa possibilidade", ressaltou.

No Senado, o líder do governo, Aloysio Nunes (PSDB-SP), endossou a posição do ministro e considerou que a Venezuela não tem condições de assumir o comando do bloco.

"O governo venezuelano não cumpriu o cronograma de incorporação das normas de seu Protocolo de Adesão (ao Mercosul), admitindo que não incorporará mais de 100 normas a tempo para cumprir o prazo estabelecido no protocolo", disse o tucano em mensagem encaminhada à Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Nesta quinta-feira, representantes de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai se reúnem em Montevidéu para discutir uma solução para o impasse gerado com a Venezuela. Segundo o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, os documentos do protocolo de adesão da Venezuela serão avaliados.

"É uma reunião que procura encontrar um caminho. Acho que o próprio fato de ela ter sido feita entre os quatro países do Mercosul já é um bom sinal. Eu acredito que vamos chegar a uma solução, se não agora, logo, para essa fase de transição até janeiro, quando então deveria assumir o presidente da Argentina, Maurício Macri, a presidência do Mercosul", ressaltou José Serra.

Na avaliação do ministro, o impasse com a Venezuela não vai impedir que o bloco dê continuidade às atividades previstas para este semestre.

"Vamos continuar tocando, não vai ficar parado. Muita coisa não precisa de presidente para ir para frente... Se o Mercosul realizar tudo o que foi acordado, já teria trabalho suficiente. Não vai ficar parado não", ressaltou.

As declarações de Serra ocorreram após reunião, no Itamaraty, com o presidente da Confederação Suíça e conselheiro federal de Assuntos Econômicos, Educação e Pesquisa, Johann Schneider-Ammann.

No encontro, entre outros temas, foi tratada a possibilidade de aprofundamento na relação entre o Mercosul e a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA).

Segundo o ministro, um encontro entre representantes dos dois grupos de países deverá ocorrer até o final deste ano.

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