Joaquim Levy e Nelson Barbosa: "Seria muito bom para o Brasil, de muito bom alvitre, que os dois ministros tivessem se entendendo e falando a mesma linguagem", diz presidente da CMO (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2015 às 13h52.
Brasília - A presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), disse nesta quinta-feira (3) que seria positivo para o país que os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) se entendessem.
"Seria muito bom para o Brasil, de muito bom alvitre, que os dois ministros tivessem se entendendo e falando a mesma linguagem", comentou ao falar sobre os rumores de saída de Levy do governo.
Rose ponderou, entretanto, que "é comum que duas cabeças pensem diferente".
"Neste momento a gente sente que eles vão se ajustar, porque, numa crise, ter desajuste de duas cabeças importantes não dá para aguentar", declarou a senadora, após reunião da CMO sobre a peça orçamentária de 2016 encaminhada nesta semana ao Congresso Nacional.
Sobre o Orçamento, a senadora destacou que a responsabilidade de reverter o déficit de R$ 30,5 bilhões anunciado ou de equilibrar as contas é do governo, que precisa indicar onde fazer os cortes.
"A comissão pode até propor, mas não é o sentimento da Casa. Mas também não é um sentimento de lavar as mãos, ficar de braços esperando que o governo resolva aquilo que ele ajudou a gerar", afirmou.
A CMO divulgou nota técnica em que descarta a devolução da peça orçamentária.
Enquanto espera o adendo ao Orçamento ser enviado pelo Executivo, como sinalizou ontem a presidente Dilma Rousseff, Rose disse que a comissão continuará estudando a peça para conhecer detalhadamente a proposta.
"O papel do Congresso é discutir essa crise como um todo, cobrar do governo. O governo nunca propôs suprir o papel dele, e também não vamos suprir", avisou.
A senadora enfatizou que é preciso aguardar a posição do governo, porque a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) é superavitária e o Orçamento é deficitário, ou seja, é necessário ainda coadunar as duas situações.
Para ela, o governo deve propor todas as metas para tirar o país da crise. "Estamos todos perdidos, cegos, Ministério batendo cabeça. Nós precisamos ter visibilidade (sobre o cenário econômico).
Bom trabalho
Em meio às especulações sobre a permanência ou a saída de Levy na Fazenda, o relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), fez uma defesa do ministro e afirmou que não considera ser bom para o Brasil uma troca no "comando da economia neste momento".
"Eu apoio o ministro Levy e acho que ele está fazendo um bom trabalho para o Brasil", destacou Barros, integrante da Comissão Mista de Orçamento (CMO) em entrevista coletiva à imprensa.
O deputado disse que, como relator, fará um trabalho a fim de obter consenso em suas decisões. Isso vale também, citou, para uma eventual decisão de cortes no Orçamento de 2016.
A peça enviada pelo governo ao Congresso prevê um déficit de R$ 30,5 bilhões. "A decisão de cortar ou não será fruto da maioria dos líderes. Eu não posso propor isso sem ter o apoiamento para fazer", explicou.