Luiz Inácio Lula da Silva: Sérgio Moro divulgou novas interceptações telefônicas do ex-presidente, sua esposa, filho, de Clara Ant e Paulo Okamotto. (Paulo Fridman/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2016 às 20h24.
O juiz federal Sérgio Moro, da primeira instância da Justiça Federal em Curitiba, liberou hoje (17) novos áudios interceptados pela Polícia Federal (PF) nos aparelhos telefônicos usados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante as investigações da Operação Aletheia, que investiga o ex-presidente e familiares.
Em dos áudios divulgados no processo que envolve Lula na Justiça Federal em Curitiba, o ex-presidente, identificado como LILS, conversa com um de seus funcionários sobre a ida dele ao sítio frequentado por sua família em Atibaia (SP). A gravação foi interceptada no dia 20 de fevereiro, às 20h6.
Segundo relatório da área de inteligência da PF, Lula perguntava a um interlocutor chamado Azevedo.
LILS x AZEVEDO – LILS (Lula) pergunta se a chave do SITIO está com MARCOS. AZEVEDO diz que está. LILS diz para AZEVEDO entrar em contato com eles porque eles vão chegar muito tarde. LILS quer pegar a chave amanhã de manhã porque LILS vai para o SITIO amanhã de manhã bem cedo. AZEVEDO diz que vai tentar falar com a DONA CARLA. LILS diz que mais tarde vai ligar para AZEVEDO pois vai pedir umas “ESFIHAS”. AZEVEDO diz que aguarda a ligação.”, diz relatório das escutas.
Além de Lula, também há outras escutas sobre os filhos do ex-presidente, a assessora particular dele, Clara Ant, e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
Ontem (16), Moro anexou ao processo um grampo telefônico no qual Lula conversa com a presidenta Dilma Rousseff. Após a medida, a defesa do ex-presidente e a presidenta reagiram contra a divulgação, que consideraram ilegal.
Lula foi empossado na manhã desta quinta-feira como ministro da Casa Civil. No entanto, uma liminar da Justiça Federal do Distrito Federal suspendeu os efeitos da posse.
O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, informou que recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região contra a decisão e declarou que o juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, responsável pela decisão, tem se “engajado” contra o governo Dilma.