A ex-presidente Dilma Rousseff (Andres Stapff/Reuters)
Valéria Bretas
Publicado em 12 de julho de 2017 às 17h06.
Última atualização em 12 de julho de 2017 às 17h35.
São Paulo – Em nota, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) classificou a condenação de Luiz Inácio Lula da Silva como um “escárnio”.
Segundo a petista, a sentença de 9 anos e meio de prisão, proferida nesta quarta-feira (12) pelo juiz federal Sergio Moro, é “uma injustiça e um absurdo jurídico que envergonham o Brasil”.
“O país não pode aceitar mais este passo na direção do Estado de Exceção. As garras dos golpistas tentam rasgar a história de um herói do povo brasileiro. Lula é inocente. E o povo brasileiro saberá democraticamente resgatá-lo em 2018”, diz o comunicado. Veja a íntegra da nota.
A direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) também comentou a decisão de Moro. “Lula não está acima da lei, tampouco abaixo dela. O que ocorre é um processo de perseguição que se constitui em uma aberração constitucional; um caso típico de lawfare, em que se utilizam recursos jurídicos indevidos como fim de perseguição política”, diz o texto. Veja aqui a íntegra do comunicado.
O partido disse ainda que vai manter sua defesa ao ex-presidente “por acreditar em sua absoluta inocência”.
Para comentar a condenação, os advogados do ex-presidente Lula convocaram uma entrevista coletiva às 18h30, em São Paulo.
Entenda
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do tríplex do Guarujá, investigado no âmbito da Operação Lava Jato.
Em suas alegações finais do processo, o MPF pediu a prisão de Lula em regime fechado, sustentando que ele recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.
Segundo o MP, Lula teria recebido o tríplex no Guarujá como contrapartida por contratos fechados entre a OAS e a Petrobras durante sua gestão.
Do total, R$ 2,4 milhões se referiam a melhorias e reformas de um tríplex no Guarujá, e outro R$ 1,3 milhão teria financiado o armazenamento de seus bens pessoais entre 2011 e 2016, incluindo o acervo de presentes recebidos durante seus anos na presidência, segundo a acusação do MPF.