Senador Humberto Costa (PT-PE): “quando o governo está bem já é difícil aprovar uma medida dessas. Agora que o governo passa por dificuldades é ainda mais” (Moreira Mariz/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2015 às 19h08.
Brasília - A avaliação dos líderes do governo no Senado, feita para a presidente Dilma Rousseff durante reunião na tarde desta terça-feira, é que será difícil aprovar a CPMF no Congresso e, mesmo no Senado, onde o governo tem uma base mais sólida, a criação de um novo tributo não será mais fácil.
“Quando o governo está bem já é difícil aprovar uma medida dessas. Agora que o governo passa por dificuldades é ainda mais”, disse o senador Humberto Costa (PE), líder do PT na Casa, ao sair do encontro de cerca de duas horas onde estiverem 10 líderes da base e os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da Fazenda, Joaquim Levy, Nelson Barbosa, do Planejamento, e Ricardo Berzoini, das Comunicações.
“Fizemos um balanço realista. Vai ser preciso todo um trabalho de convencimento”, disse.
De acordo com Costa, os parlamentares reforçaram à presidente a necessidade de investir na votação de outras propostas que poderiam de alguma forma substituir a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), como o projeto de lei que trata da repatriação dos recursos de empresas aplicados no exterior.
“Eu mesmo defendi aprovar a repatriação e esperar o resultado, para então ver a necessidade de se fazer a CPMF”, disse.
“Os mais pessimistas falam em 25 bilhões de reais, os mais otimistas, de 100 bilhões. Talvez seja algo intermediário, o que ajudaria muito a não sermos obrigados a aprovar mais impostos.”
O senador defendeu que, por ser uma contribuição social, não é necessária a anualização para que entre em vigor – ou seja, ser aprovada em um ano para vigorar apenas a partir do seguinte. Isso permitiria que pudesse ser votada no ano que vem para vigorar no mesmo ano.
O que os senadores ouviram, no entanto, é que a CPMF é necessária. Dilma teria dito aos parlamentares, de acordo com Costa, que se dependesse dela o governo tinha feito um amplo debate sobre a criação do imposto, mas que então poderia se passar a imagem que o governo não tinha uma proposta.