Randolfe Rodrigues (D): "Decoro parlamentar, conduta moral não é um alerta. É um comportamento exigido a quem se dispõe à função republicana" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2012 às 13h14.
Brasília - Ao fazer as considerações finais durante o julgamento do pedido de cassação do mandato de Demóstenes Torres (sem partido-GO), o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que os parlamentares devem dar o exemplo e que não se pode entender que decoro parlamentar seja um "favor" que se faz à população. "Temos que ser exemplo e fazer exemplo", disse o senador que falou em nome de seu partido, autor da representação contra Demóstenes, apresentada ao Conselho de Ética do Senado.
"Decoro parlamentar, conduta moral não é um alerta. Não é um favor que fazermos à população. É um comportamento exigido a quem se dispõe à função republicana", disse o senador que acusou Demóstenes de ludibriar os demais parlamentares ao discursar em plenário negando as acusações.
Rodrigues lembrou a declaração feita por Demóstenes em seu depoimento no Conselho de Ética de que o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pagava suas contas de celular. Nesse depoimento, Demóstenes minimizou a gravidade dos pagamentos e disse que eram apenas R$ 40 ou R$ 50 ao mês.
"A conduta não se mede pelo valor, seja R$ 50 ou um centavo. O senador deve atender ao princípio de não receber, de não obter favores", disse Randolfe Rodrigues.
O senador também lembrou que em um dos discursos feitos por Demóstenes na semana passada, com o objetivo de tentar salvar seu mandato, ele pediu perdão pelos erros. "A nós aqui, não se trata de exercício de perdão. Se trata de cumprir o nosso dever quando chamados. O povo nos encaminha para esse lugar para cumprir o nosso serviço. Este é o momento em que esse serviço deve ser cumprido com dedicação e sem medo", acrescentou Randolfe Rodrigiues.