Jucá: "Isso é uma forma desrespeitosa de tratar o Senado, mas cada um é responsável pelos seus atos", afirmou. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de julho de 2017 às 14h54.
Brasília - Senadores da base do governo acusaram a oposição de desrespeito ao ocupar a Mesa Diretora do plenário do Senado, impedindo a votação do projeto que trata da reforma trabalhista. Desde o início da sessão, senadoras como Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA) e Fátima Bezerra (PT-RN) ocupam as cadeiras reservadas ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os demais integrantes da direção do Senado.
"Isso é uma forma desrespeitosa de tratar o Senado, mas cada um é responsável pelos seus atos", afirmou o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR). Seu parecer sobre a reforma, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada, seria apreciado nesta terça-feira, 11, no plenário.
Após ser impedido de ocupar sua cadeira, Eunício deixou o plenário declarando que a sessão para votação da reforma trabalhista será retomada "quando a ditadura deixar". Inicialmente, ele proibiu o acesso da imprensa e de assessores parlamentares ao plenário e determinou que as luzes fossem apagadas e o som dos microfones cortados. Pouco depois, a imprensa pôde voltar ao plenário, que continuou no escuro.
"Isso não é protesto. Isso é avacalhação. Será votado hoje, de uma forma ou de outra será votado", afirmou Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). A possibilidade é que a sessão seja transferida para outro local do Congresso, como o plenário da Câmara ou um auditório em um dos anexos da Casa.
"No momento em que um grupo de senadoras, mulheres, impedem funcionamento do Congresso considero que estão praticando ato muito grave contra a instituição", disse o líder do PSDB, senador Paulo Bauer (SC).
"O Senado tem de debater uma reforma dessa magnitude, que envolve todos os trabalhadores. É no mínimo querer fazer as coisas às escuras. Que se reabra o debate", defendeu o senador Telmário Mota (PTB-RO).