Gleisi Hoffmann: "Vamos ficar o tempo que for preciso para resistir a essa situação", (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 11 de julho de 2017 às 16h46.
Brasília - A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse na tarde desta terça-feira que as senadoras que ocupam a Mesa do Senado vão resistir o que for necessário para garantir a votação de uma emenda à reforma trabalhista que impede o trabalho em locais insalubres para mulheres grávidas e que amamentam.
Se a emenda for aprovada pelo Senado, a reforma trabalhista terá de voltar para apreciação da Câmara dos Deputados, que está às voltas com a análise da denúncia de corrupção passiva da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Há expectativa de que novas denúncias contra o presidente, o que deve ocupar a pauta da Câmara.
"Vamos ficar o tempo que for preciso para resistir a essa situação", avisou Gleisi, em entrevista coletiva.
Sentado na Mesa Diretora, um grupo de senadoras impediu que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), comandasse a sessão do plenário que iria votar o projeto, uma das principais matérias do governo Temer no Congresso.
A presidente do PT disse que Eunício teve uma atitude "autoritária" ao impedir que as senadoras, que conduziam a sessão do plenário, discutissem a proposta.
Ao ser impedido pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN) de sentar na cadeira de presidente, Eunício encerrou a sessão e determinou que as luzes do plenário da Casa fossem apagados e os microfones desligados. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também participa do protesto.
Segundo Gleisi, a maioria dos senadores é a favor da votação da emenda, mas a base do governo insiste em não permitir a votação. Se o texto for aprovado do jeito que está, seguirá para a sanção presidencial.
Gleisi afirmou que não concorda com um acordo para que a matéria seja aprovada como está e Temer vete o trecho da reforma que permite o trabalho das mulheres em condições especiais de trabalharem em locais insalubres.
"Não adianta essa proposta de veto", disse ela, para quem um presidente "que está caindo" não tem legitimidade para obrigar o Senado a votar qualquer matéria.