Senador boliviano Roger Pinto Molina: Roger Pinto falará nas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e de Relações Exteriores e Defesa (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 14h26.
Brasília - O senador boliviano Roger Pinto, que ao sair de La Paz sem um salvo-conduto do governo de Evo Morales causou um conflito diplomático com o Brasil, comparecerá nesta terça-feira em duas comissões do Congresso.
Roger Pinto falará nas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e de Relações Exteriores e Defesa, interessadas em suas denúncias sobre supostas ligações entre autoridades bolivianas e o narcotráfico e nos detalhes de sua turbulenta saída da embaixada brasileira.
O senador chegou ao Brasil em 24 de agosto e na semana passada anunciou uma ida ao Senado, cancelada após a renúncia do então chanceler Antonio Patriota pelo conflito gerado por seu caso.
"Desta vez sim ele irá", disse à Agência Efe seu advogado, Fernando Tiburcio.
O senador, que se diz perseguido pelo governo Morales, estava asilado na embaixada do Brasil em La Paz desde 28 de maio de 2012 e abandonou a legação de forma clandestina em um carro oficial e escoltado por soldados brasileiros e pelo encarregado de negócios, Eduardo Saboia.
Após uma viagem por terra que durou cerca de 22 horas, Roger Pinto chegou em Corumbá, no Mato Groso do Sul, de onde se dirigiu para Brasília em um avião privado fretado pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço.
A Bolívia protestou energicamente pela saída da embaixada com a cumplicidade brasileira e o assunto foi objeto de uma reunião entre os presidentes Morales e Dilma Rousseff durante a Cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) realizada na semana passada no Suriname.
Após o encontro com Dilma, Morales deu por superado o incidente com o Brasil, embora tenha esclarecido que seu país não desistiu de conseguir a volta do senador para responder perante a justiça boliviana pelos cerca de vinte processos abertos contra ele por corrupção.
O senador, enquanto isso, permanece no Brasil e iniciou os trâmites para obter o status de refugiado, concedido pela Comissão Nacional de Refugiados (Conare), organismo do Ministério da Justiça.
*Matéria atualizada às 14h25