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Senado propõe prisão de até seis anos para "fura-filas" da vacina contra covid-19

Parlamentar defende ainda a restituição do valor da vacina ao poder público e o pagamento de multa de R$ 1,1 mil

A ideia é que a lei vigore até junho de 2022 ou até o final das campanhas de imunização (Tomaz Silva/Agência Brasil)

A ideia é que a lei vigore até junho de 2022 ou até o final das campanhas de imunização (Tomaz Silva/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 14h53.

Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 15h17.

Com a largada da vacinação contra a covid-19, em um contexto de doses insuficientes para a imunização até mesmo dos grupos definidos como prioritários pelo Ministério da Saúde, crescem os relatos de 'fura-filas'. Enquanto as denúncias são acompanhadas pelos Ministérios Públicos nos estados, parlamentares buscam apoio a projetos de lei que determinam a prisão de quem passar na frente para tomar a vacina contra o novo coronavírus.

As proposições foram apresentadas pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Plínio Valério (PSDB-AM) e Daniella Ribeiro (PP-PB).

O projeto de Randolfe Rodrigues institui o crime de 'fraude à ordem de preferência de imunização contra o coronavírus'. A pena em caso de descumprimento é de dois a seis anos de prisão e ainda pode ser endurecida caso o crime seja cometido por funcionários públicos no exercício do cargo. O texto também prevê o pagamento de multa. A ideia é que a lei vigore até junho de 2022 ou até o final das campanhas de imunização.

Na justificativa do projeto, o senador classifica como 'desumanas' as fraudes na ordem de preferência para a vacinação e defende a punição mais dura aos agentes públicos. Até aqui, há denúncias de prefeitos, secretários de Saúde e outros servidores municipais imunizados antes dos grupos prioritários.

Na mesma linha, o senador Plínio Valério sugere tipificar como crime a 'burla à ordem de vacinação'. O texto também recomenda multa e prisão, contudo as penas são mais brandas — de três meses a um ano de detenção. Para autoridades ou servidores públicos, podem chegar a um ano e meio.

"Em quase todos os estados há políticos, empresários, parentes de servidores, prefeitos e secretários furando a fila da vacinação", justificou o senador, que ainda pediu urgência na análise da proposta.

O projeto da senadora Daniella Ribeiro prevê pena de um mês a um ano para os 'fura-filas' e para aqueles que permitam, facilitem ou apliquem a vacina em desacordo com a ordem de imunização.

A parlamentar defende ainda a restituição do valor do imunizante ao poder público e o pagamento de multa de 1.100 reais. Quem burlar a ordem de vacinação também fica proibido de ingressar em cargo, emprego ou função pública por dois anos.

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