A escalada de preços e a especulação diante dos eventos a serem organizados no Rio de Janeiro levaram as autoridades do Procon a iniciarem uma investigação (Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2012 às 12h03.
Brasília - A Comissão das Relações Exteriores do Senado pediu nesta quinta-feira que os hotéis do Rio de Janeiro ofereçam preços 'razoáveis' como forma de facilitar a presença de delegações estrangeiras à Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20.
O presidente da comissão e ex-chefe de Estado, Fernando Collor de Mello, disse na abertura da sessão que os preços estão altos e dificultam a viagem de delegações oficiais, sobretudo, de organizações da sociedade civil.
De acordo com Collor, as diárias em hotéis de cinco estrelas custam pelo menos RS$ 2 mil e, em um hotel médio, o preço chega a mil. O senador também falou que recebeu informações de que o Parlamento Europeu decidiu cancelar a participação na conferência devido aos elevados preços e os 'abusos' dos hoteleiros.
Dessa forma, Collor sugeriu que a comissão do Senado interceda junto a Prefeitura do Rio de Janeiro, a fim de facilitar a viagem dos parlamentares europeus e de todos os participantes da Conferência Rio+20.
Além disso, o senador afirmou que a preocupação serve de alerta para a cidade, que no próximo ano será uma das subsedes da Copa das confederações de futebol, em 2014 receberá a milhares de turistas para a Copa do Mundo e em 2016 organizará os Jogos Olímpicos.
A Câmara dos Deputados também se mostrou preocupada com o assunto e decidiu convocar representantes da Associação Brasileira de Hotéis para explicar a situação. O presidente da Câmara, Marco Maia, disse inclusive que os parlamentares brasileiros poderiam 'não pagar as diárias' na conferência, convencido de que há um abuso.
A escalada de preços e a especulação diante dos eventos a serem organizados no Rio de Janeiro levaram as autoridades do Órgão de Defesa Consumidor (Procon) a iniciarem uma investigação sobre o assunto.
No entanto, segundo disse à Agência Efe o diretor jurídico do Procon, Carlos Edson Monteiro, foram detectados casos 'isolados' de altas não justificadas, mas não um cenário generalizado.