Agência de notícias
Publicado em 13 de agosto de 2024 às 07h23.
Última atualização em 13 de agosto de 2024 às 07h28.
O Senado marcou para esta terça-feira a votação do projeto de lei que estabelece uma negociação das dívidas dos estados. O texto é de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e é relatado por Davi Alcolumbre (União-AP).
Pacheco trata a iniciativa como prioridade e tem comandado a articulação envolvendo a medida. No caso de Minas Gerais, estado que ele representa, o texto pode servir de alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal, que impõe condições mais duras de ajuste. Além de MG, outros estados que concentram a maior parte das dívidas são Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.
Pelo projeto de Pacheco, estados poderão entregar ativos próprios e em contrapartida ter um abatimento na taxa de indexação da dívida, que hoje equivale ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4%. Parte da dívida também poderá ser convertida em investimentos.
O texto mantém um juro real de 4%, mas prevê quatro abatimentos que pode abater todo o juro:
Na prática, caso todos os requisitos sejam cumpridos, o estado deixa de pagar juros reais sobre a dívida e passa a apenas cobrir o IPCA, índice de inflação.
Apesar disso, nem todos os estados têm dívidas altas e nem ativos para entregar à União. Por isso, o presidente do Senado propôs um fundo de equalização das dívidas, que será composto pelo equivalente a 1% dos juros que os estados pagariam à União.
Na semana passada, Pacheco se reuniu com governadores de estados do Nordeste, que pediram mudanças no relatório. A reivindicação dos governadores é que o percentual destinado ao fundo de equalização seja aumentado para 2%.
Em relação ao critério de distribuição deste fundo, o projeto original prevê que isso seja baseado na população de cada estado, o que prejudicaria os estados do Nordeste. Governadores da região pedriam a Pacheco que o critério adotado seja o mesmo dos repasses do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE).
Outra demanda foi que também seja possibilitado que as dívidas dos estados com instituições privadas, como bancos, também possam ser renegociadas e ter os prazos de pagamento alongados.