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CDH pedirá proteção à viúva e caseiro de Malhães

A Comissão também vai solicitar que dois membros do Ministério Público acompanhem a apuração policial


	Senadora Ana Rita (PT-ES): decisão foi anunciada pela presidente da Comissão
 (Moreira Mariz/Agência Senado)

Senadora Ana Rita (PT-ES): decisão foi anunciada pela presidente da Comissão (Moreira Mariz/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2014 às 15h28.

Brasília - A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado vai pedir para que Cristina Malhães, viúva do coronel da reserva Paulo Malhães, e o caseiro Rogério Pires, acusado de participação no assalto que culminou com a morte do militar, sejam incorporados ao Programa Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas.

A decisão foi anunciada pela presidente da Comissão, senadora Ana Rita (PT-ES), que na manhã desta terça-feira, 13, leu o relatório parcial da diligência feita por senadores ao Rio de Janeiro para verificar as investigações do caso.

A Comissão também vai solicitar que dois membros do Ministério Público acompanhem a apuração policial.

Torturador confesso de presos políticos durante a ditadura militar brasileira, Malhães morreu no dia 24 de abril durante assalto no sítio onde morava, na zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Laudo preliminar aponta que o coronel da reserva morreu de enfarte.

Os membros da Comissão acreditam que a Polícia Civil do Rio de Janeiro está demasiadamente focada na hipótese de latrocínio. "Não dá para afirmar com certeza nenhuma hipótese", enfatizou Ana Rita.

No relatório parcial da Comissão de Direitos Humanos, os senadores lembram que computadores e pastas foram levados no assalto e que a Polícia caminha para uma conclusão do inquérito sem ouvir Anderson e Rogério Pires, irmãos do caseiro que estão foragidos.

"Acho muito precipitado a Polícia já manifestar preferência por uma linha de investigação sem ouvir os dois foragidos", comentou Ana Rita.

A presidente da Comissão informou que os senadores pedirão acesso à cópia do inquérito, uma vez que na diligência isso foi negado. Segundo a senadora petista, a Polícia alegou que as investigações ocorriam sob segredo de Justiça.

Durante a diligência no Rio de Janeiro, que foi acompanhada pelo presidente da Comissão da Verdade do estado, Wadih Damus, os senadores observaram que o caseiro prestou dois depoimentos desacompanhado de um advogado. Só na semana passada foi nomeada uma defensora pública para o acusado.

Para a senadora, o caseiro passou a impressão de ser uma pessoa simples, frágil e insegura, por isso a necessidade de incluí-lo no programa de proteção a testemunha, juntamente com Cristina.

"A viúva já está com medo e o caseiro nos disse que está ficando com medo. Os dois precisam ser protegidos pelo Estado", defendeu a senadora.

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