O voto de repúdio foi feito após o assessor de Bolsonaro fazer um gesto associado a supremacistas brancos (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de abril de 2021 às 08h08.
Última atualização em 1 de abril de 2021 às 08h15.
O Senado aprovou nesta quarta-feira, 31, uma moção de repúdio ao assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente Jair Bolsonaro, Filipe Martins. Na semana passada, Martins fez um gesto considerado ofensivo quando o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, participava de uma audiência no Senado. Também nesta quarta, os senadores aprovaram um convite para ouvir o novo chanceler, Luiz Fernando Serra, em uma sessão da Casa.
O voto de repúdio foi feito após o assessor de Bolsonaro formar um círculo com o polegar unido ao indicador, deixando os outros três dedos esticados. O vídeo viralizou nas redes sociais e causou críticas. Senadores associaram a atitude ao símbolo de supremacistas brancos, já que o gesto representaria as letras WP ("White Power"). Outros classificaram o gesto como obsceno. Martins negou as duas versões e disse que estava apenas ajeitando o paletó. A Polícia Legislativa do Senado foi acionada para investigar o ato.
No início da semana, Araújo entregou o cargo após atacar a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu (PP-TO). O Senado quer ouvir agora o novo chanceler sobre a política externa brasileira. Formalmente, o requerimento aprovado na sessão desta quarta é para realização de uma sessão de debates destinada a debater o Mercosul. Os senadores, porém, querem questionar Luiz Fernando Serra sobre a inclinação ideológica do Brasil na política externa brasileira sob o comando do presidente Jair Bolsonaro.