André Vargas: Vargas está preso desde 10 de abril, quando foi deflagrada a Operação A Origem, 10ª fase da Lava Jato (José Cruz/ Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2015 às 22h54.
Sao Paulo e Curitiba - O ex-deputado André Vargas (sem partido-PR) afirmou em audiência na Justiça Federal nesta quarta-feira, 12, que 'jamais' teve participação em ato ilícito e que sempre defendeu as causas da Justiça e do Paraná.
Vargas está preso desde 10 de abril, quando foi deflagrada a Operação A Origem, 10ª fase da Lava Jato. Ele é réu em dois processos.
A primeira acusação, feita em maio de 2015 e ligada à audiência desta quarta-feira, 12, o ex-secretário de Comunicação do PT e ex-vice-líder do partido na Câmara é acusado de ser beneficiário de propinas em dois contratos de publicidade - em agosto de 2008 e em abril de 2014 - com a Caixa Econômica Federal que somaram R$ 968 milhões, incluindo aditivos, e em um contrato com o Ministério da Saúde, no valor de R$ 120 milhões, de 31 de dezembro de 2010.
"Eu vou seguir a orientação dos meus advogados, orientação da minha defesa técnica, vou exercer o direito do silêncio. No entanto, reiterando que jamais tive nenhuma participação em nenhum ato ilícito, jamais intermediei nenhum interesse empresarial em relação a empresas públicas seja Caixa Econômica, seja Ministério da Saúde, seja qualquer outro órgão em quaisquer área da Economia", afirmou André Vargas ao juiz Sérgio Moro.
"Sempre defendi o Paraná, defendi as causas do Paraná, defendi as causas da Justiça, defendi a criação do Tribunal Regional Federal, enfim, defendi todas as causas. Lamento muito estar passando por esse momento difícil na minha vida e ainda vou seguir, portanto, a orientação da minha defesa, mantendo-me em silêncio."
A segunda denúncia criminal foi proposta no fim de junho deste ano contra o ex-deputado, seu irmão Leon Vargas, e sua mulher Eidilaira Soares. Eles são acusados de lavagem de dinheiro por meio da ocultação de bens.
Nesta nova acusação, o Ministério Público Federal afirma que Vargas, 'com o objetivo de lavar parte do dinheiro gerado pelos seus crimes e não despertar a atenção das autoridades, adquiriu um imóvel de luxo em Londrina (PR) pelo seu valor de mercado (valor real), contudo registrou no contrato, na escritura pública e na declaração de imposto de renda um valor (nominal) bastante inferior ao preço real de aquisição'.
Em dezembro de 2014, o plenário da Câmara dos Deputados cassou o mandato do ex-petista. Por 359 votos a favor, apenas um contra - do petista José Airton (PT-CE) - e seis abstenções, André Vargas perdeu o mandato por quebra de decoro parlamentar. Na época, o ex-petista foi acusado de trabalhar em favor da rede articulada pelo doleiro Alberto Youssef, um dos personagens centrais e delator da Lava Jato.
Em audiência hoje na Justiça Federal, Leon Vargas, irmão de André Vargas ficou em silêncio.