RODRIGO MAIA: o atual presidente foi conduzido ao cargo em junho, com a saída de Eduardo Cunha. Será que comemorará novamente na quinta-feira? / Ueslei Marcelino/Reuters
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 05h58.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h03.
Oficialmente, o ano de trabalho na Câmara nem começou, mas as articulações políticas não param. A eleição para a mesa diretora está marcada para a quinta-feira, dia 2, mas a cada dia surge um fato novo sobre o assunto. Pelo menos quatro nomes indicaram que podem concorrer: o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deve fazer o anuncio oficial na terça, 31; Jovair Arantes (PTB-GO); Rogério Rosso (PSD-DF), que suspendeu temporariamente depois de lançar candidatura há duas semanas; e André Figueiredo (PDT-CE).
O principal imbróglio é quanto a candidatura de Rodrigo Maia. A Constituição e o próprio regimento interno da Câmara vedam a reeleição para a presidência em um mesmo mandato, mas Maia alega que foi escolhido para um mandato-tampão, depois que o ex-presidente da casa, Eduardo Cunha, foi afastado do cargo. Não faltam ações para tentar impedir que Maia concorra, mas o Supremo Tribunal Federal indicou que deve deixar a decisão para a própria Câmara.
Maia é franco favorito. Das três candidaturas adversárias, a de Arantes é, por enquanto, a única que pode, de alguma forma, dificultar a vida de Maia caso ele não seja impedido de concorrer ao cargo. Acontece que, daqui até quinta-feira, há muito tempo para que surjam candidaturas com alguma chance de complicar o pleito ou, no mínimo, de reequilibrar as forças na Câmara.
O presidente do PT, Rui Falcão, defendeu, em carta publicada no site do partido no fim de semana, que os partidos de oposição se unam num bloco para lançar uma candidatura de esquerda à presidência da Câmara e do Senado. Entrariam, na aliança, PT, PDT, PCdoB, Rede e PSOL. Júlio Delgado (PSB) deve lançar hoje sua candidatura.
No Senado, as eleições parecem ser favas contadas. Tudo indica que, com o apoio do atual presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), Eunício Oliveira (PMDB-CE) deve ficar com o cargo.
Em meio às incertezas, uma coisa não muda. Tanto Maia quanto Oliveira foram citados na Lava-Jato e devem se pautar muito mais por propostas de proteção das casas do que por questões de interesse nacional. Segundo o Datafolha, 58% dos brasileiros consideram o Congresso ruim ou péssimo. Depois de mais essa eleição, a distância entre os brasileiros e os deputados e senadores certamente não diminuirá.