ROGÉRIO ROSSO: deputado pedala para conseguir os votos e chegar à presidência da Câmara / Divulgação
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 05h12.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h32.
Os deputados e senadores ainda estão em recesso, mas as articulações para a nova presidência da Câmara e do Senado, marcadas para o dia 2, devem ganhar força esta semana. Os candidatos fazem sua tradicional peregrinação atrás de apoio, tanto para falar com o presidente Michel Temer como para tentar fazer aliados entre governadores com influência sobre seus partidos.
Hoje, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), pré-candidato à presidência da Câmara, deve se reunir com o governador do Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). No final de semana, Rosso esteve em João Pessoa, e ainda deve continuar sua caminhada pelo Nordeste, falando com deputados e governadores. Na semana passada, o deputado pedalou 230km em Goiás no que chamou de “preparação espiritual” para a eleição.
A disputa deve ficar entre Rosso, Jovair Arantes (PTB-GO) e o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o favorito. Rosso e Arantes fazem parte do centrão, que conta com cerca de 250 deputados e teria força para eleger o presidente se não se dividisse, o que acabou acontecendo. Nem nos próprios partidos os dois são unanimidade. Maia tem apoio de PMDB, PSDB, PP e pode até receber votos do PT, que decide o que faz no próximo dia 17. Também é o candidato preferido do presidente Temer.
O problema para Maia é que o regimento interno veda que um presidente eleito como interino – ele assumiu o lugar de Eduardo Cunha – seja reeleito para o cargo. A decisão está a cargo do Supremo, que deve pedir para o próprio departamento jurídico da Câmara dar seu parecer.
No Senado, as coisas devem ser mais tranquilas. O favorito é o senador cearense Eunício Oliveira (PMDB-CE). Tudo indica que Oliveira será candidato único e que partidos de oposição – como PT e PDT – receberão vagas na Mesa Diretora de acordo com o tamanho de suas bancadas. O PT ainda estuda apoiar o senador se ficar com a 1ª vice-presidência, que ocupa na gestão de Renan Calheiros (PMDB-AL), com Tião Viana (AC). Como a crise prisional se somou à crise econômica no rol de pesadelos do governo, manter o controle sobre o Congresso é mais importante do que nunca. Se perder a Câmara e o Senado, Temer fica, para bem dizer, sem nada.