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"Sem vida, não há economia", diz Doria sobre aumento de restrição em SP

A Associação Nacional de Restaurantes classificou como "insuportável" o endurecimento das restrições anunciado nesta sexta-feira, 22, pelo governo de SP

João Doria (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

João Doria (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 15h14.

Última atualização em 22 de janeiro de 2021 às 19h06.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes nesta sexta-feira, 22, o endurecimento das medidas restritivas no Estado anunciadas para as próximas duas semanas, e pediu compreensão dos empresários.

Ressaltando que o aumento no número de casos, internações e óbito no Estado é "extremamente preocupante", o governador disse respeitar as opiniões de micro pequenos e médios empresários, dizendo compreender "preocupações" e "ponderações" do setor, mas pediu a compreensão de que "sem vida, não há economia".

De acordo com o governador, "São Paulo não faz governo populista governo condescendente, que cede a pressões e abandona o cidadão e abandona as pessoas que precisam deste apoio para continuarem vivas" concluiu.

Associação de restaurantes diz que restrições são insuportáveis

A Associação Nacional de Restaurantes (ANR) classificou como "insuportável" o endurecimento das restrições anunciado nesta sexta-feira, 22, pelo governo de São Paulo no combate à nova onda de contaminações pela covid-19.

"A entidade entende a preocupação das autoridades em conter a expansão do novo coronavírus, mas as empresas não podem ser responsabilizadas uma vez mais pelo aumento de casos neste início de ano, e, pior, depois de permanecer por mais de 100 dias de portas fechadas em 2020", comentou a ANR, associação que reúne as empresas que prestam serviço de alimentação, entre restaurantes, cafeterias, lanchonetes e bares, cujos estabelecimentos terão horário de funcionamento limitado.

Na nota em que manifesta posição "totalmente contrária" às novas restrições, a ANR argumenta que o governo paulista ignorou na decisão o aumento de casos de contaminações, internações e óbitos no período, entre o fim de março e começo de julho, em que os restaurantes ficaram com portas fechadas no ano passado, bem como a adaptação dos estabelecimentos e cumprimento de protocolos de higiene para evitar a infecção de seus frequentadores.

"O crescimento atual de casos é causado pela aglomeração nas praias nas festas e fins de semana de verão, além de baladas clandestinas não fiscalizadas pelas autoridades que ainda acontecem em todo o estado de São Paulo", acusa a ANR.

Citando estimativa de que mais de 10 mil empresas do setor fecharam as portas no ano passado, a associação diz que os prejuízos vão aumentar com a proibição, válida a todo o Estado, de atendimento presencial ao público nos fins de semana e feriados.

Segundo a ANR, as medidas anunciadas hoje são "insuportáveis" para a sobrevivência de bares e restaurantes, levando possivelmente a novos fechamentos e demissões.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima que as novas restições possam gerar mais de 20 mil desempregos no setor. “Não contribuímos para a progressão da pandemia. Qualquer idadão que frequenta restaurantes e bares que cumprem os protocolos, sabe disso”, comenta Percival Maricato, presidente do Conselho Estadual da ABRASEL SP.

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