MST: o grupo saiu da Praça da Sé por volta das 11h, caminhou pela Rua Boa Vista, onde fica a CDHU (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 12h16.
São Paulo - Cerca de 100 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, fazem hoje (30) um protesto em frente à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), no centro da capital paulista, para reivindicar moradia digna.
De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), os manifestantes ocuparam há cerca de um ano um terreno do governo estadual e agora estão ameaçados de despejo por uma decisão judicial.
A área, batizada de Vila Sílvia, fica no bairro São Miguel Paulista, na zona leste, e, segundo o movimento, abriga cerca de 400 famílias.
"As famílias têm até hoje para deixar a área pacificamente. Vamos pedir a extensão desse prazo para a gente ganhar tempo e negociar as moradias", explicou Jussara Basso, integrante do MTST. Neste momento, uma comissão foi recebida pelo presidente do órgão estadual, Milton Dallari.
Na avaliação do movimento, 200 pessoas participam da mobilização.
O grupo saiu da Praça da Sé por volta das 11h, caminhou pela Rua Boa Vista, onde fica a CDHU.
Ao passar em frente ao prédio da Associação Comercial de São Paulo, onde um painel informa o valor dos impostos pagos pelos brasileiros neste ano, os manifestantes fizeram uma parada e gritaram palavras de ordem.
"Esse dinheiro é nosso. Das nossas crianças", disseram alguns.
Muitas crianças participam da manifestação.
"Além de demonstrar o absurdo que vai ser despejar todas essas famílias, a gente queria fazer um protesto pacífico", explicou Jussara. Uma das moradoras da Vila Sílvia é Patrícia Ferreira, 34 anos. "Tenho seis filhos.
O mais novo tem 3 anos e o mais velho, 18. Se tirarem a gente daqui, eu volto no outro dia, porque não tenho para onde ir", acrescentou.
Janaína dos Santos, 26 anos, também não tem para onde ir. "Vim para cá com a minha filha há uns dois meses. Antes disso, passei duas noites na rua", relatou, ao lado da filha de 4 anos. Sem a ajuda do pai da criança, ela conta com a solidariedade da vizinhança para sobreviver.
"Pelo menos agora tenho um barraco de madeira. Mas eu queria mesmo uma moradia", disse.