Segundo informou a Odebrecht, a manifestação não atrapalhou o andamento dos trabalhos (Monitoramento/Ministério do Esporte)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2012 às 13h46.
São Paulo - Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do Movimento Popular Resistência Urbana organizaram um protesto contra as obras da Copa do Mundo de 2014, no fim da manhã de hoje (4), no canteiro de obras do Estádio do Corínthians, no bairro de Itaquera (zona leste de São Paulo).
A manifestação, que durou 40 minutos e transcorreu de forma pacífica, fez parte de um protesto nacional que mobilizou manifestantes em mais nove cidades do país que vão receber jogos da Copa. Os sem-teto invadiram o canteiro de obras do estádio por uma entrada lateral e, segundo um dos coordenadores do protesto, Guilherme Boulos, a intenção era paralisar momentaneamente os trabalhos dos operários como forma de chamar a atenção para as famílias que moram no entorno das obras e que estão sendo despejadas para que os projetos sejam entregues.
Além do risco de despejo, o MTST quer chamar a atenção para a valorização dos imóveis, que está inviabilizando a renovação de contratos de aluguel de quem vive nessas regiões. “Há um processo de expulsão dos moradores em todas as cidades. No entorno das obras, o preço do aluguel tem dobrado de valor. No caso de São Paulo, muitos estão sendo obrigados a buscas alternativas de locação em municípios vizinhos da capital paulista”, disse Boulos.
O protesto também foi contra o uso de dinheiro público nos empreendimentos relativos à Copa, em detrimento dos investimentos para habitação popular. De acordo com o MTST, cerca de 800 pessoas participaram da ocupação do estádio, mas, para a Polícia Militar, o número de manifestantes não passou de 300.
Segundo informou a Odebrecht, a manifestação não atrapalhou o andamento dos trabalhos. O estádio está sendo erguido por 1.670 operários e deve ser concluído no prazo acordado com o governo de São Paulo e com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), em dezembro de 2013. A empreiteira informou também que 32% das obras previstas foram feitas até agora.