Tombini e equipe confirmam expectativas do mercado ao aumentar os juros (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2011 às 22h10.
São Paulo - Em sua segunda reunião do ano o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deu mais um sinal de que está alerta diante do avanço da inflação. A autoridade monetária decidiu elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 11,75% ao ano. Este é o maior patamar que a taxa chega desde janeiro de 2009, quando os juros estavam em 12,75% ao ano.
Na última segunda-feira (28), o Boletim Focus, do BC, mostrou que as projeções do mercado para a inflação em 2011 aumentaram pela 12ª semana seguida. A estimativa apontada no boletim prevê que a inflação oficial chegue a 5,80%.
Os números, cada vez mais distantes do centro da meta para a inflação estabelecida pelo BC, 4,5%, preocupam muitos especialistas. O comportamento dos preços no país é visto como uma luz de alerta que exige uma política monetária mais dura. A estes a decisão do BC vem a contento.
Por outro lado, alguns economistas lembram que o aumento de preços no Brasil tem a ver com uma série de fatores. E nem todos eles são resolvidos com aperto monetário. Alimentos e outras commodities, por exemplo, têm ficado mais caras no mundo todo, e este comportamento influencia a economia brasileira. Além disso, o índice oficial de inflação no país ainda está sob o efeito dos reajustes que os governos fizeram no preço de serviços de educação, transportes e nos impostos.
Na próxima quinta-feira (10) o BC deve divulgar a ata da reunião do Copom. O documento mostra como a autoridade monetária enxerga o cenário econômico no Brasil e no mundo, e apresenta as justificativas para o aumento dos juros.
Ao fim da reunião, o Copom emitiu o seguinte comunicado: "Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 11,75% a.a., sem viés."