Vacina desenvolvida entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac (Amanda Perobelli/Reuters)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 27 de janeiro de 2021 às 14h07.
Última atualização em 28 de janeiro de 2021 às 12h52.
O Instituto Butantan aguarda do Ministério da Saúde uma resposta sobre a compra de um lote adicional de 54 milhões de doses da Coronavac. De acordo com o diretor do instituto, Dimas Covas, um ofício foi encaminhado na semana passada questionando a pasta e, até o momento, não teve retorno.
Procurado por EXAME, o Ministério da Saúde disse que irá se pronunciar sobre o ofício dentro do prazo estipulado em contrato. Informou ainda que a venda deste lote só pode ser feita caso o governo federal desista da compra.
O contrato entre o instituto e o governo federal (veja aqui o contrato) prevê a entrega de 46 milhões de doses da vacina contra a covid-19 até abril e a possibilidade de adquirir este volume extra de 54 milhões. No texto do documento, a resposta sobre o lote adicional pode ser manifestada em até 30 dias após a entrega da última vacina, prevista para o dia 30 de abril.
“Nós temos disponibilidade. Todos os países que o Butantan tem acordo aqui da América Latina estão nos cobrando um cronograma. Se houver a confirmação do Ministério da Saúde, teremos um planejamento para produzir mais 40 milhões aos países vizinhos. Se não tiver, vamos dirigir essas 54 milhões de doses aos países vizinhos”, disse Dimas Covas em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 27.
Ele ainda afirmou que o primeiro país que o Butantan deve assinar um contrato de venda de vacinas contra a covid-19 é a Argentina, já na próxima semana.
Segundo Dimas Covas, a importação da matéria-prima para a produção do imunizante é uma questão resolvida e que o Butantan vai cumprir o cronograma assumido com o Ministério da Saúde.
No dia 3 de fevereiro mais insumos para fabricar cerca de 8,6 milhões de doses da vacina contra a covid-19 devem chegam ao Brasil. O acordo foi firmado na terça-feira, 26, em uma reunião entre o instituto, o governo de São Paulo e o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.
Desde a semana passada o Butantan aguarda o envio de mais insumos para continuar a fabricação de imunizantes no país. A carga está parada na China desde o começo de janeiro, por questões alfandegárias, segundo o governo chinês.
Neste carregamento estão 5.400 litros de insumo que dão origem a 8,6 milhões de doses. A previsão é de que essas vacinas fiquem prontas em aproximadamente 20 dias.