Plataforma P-52, da Petrobras: capitalização da empresa salvou as contas do governo (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2010 às 11h03.
Brasília - Não fossem os recursos extraordinários originados pela capitalização da Petrobras, o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teria registrado em setembro um déficit primário de R$ 5,8 bilhões. Esse seria o pior resultado primário em um ano. De acordo com os dados divulgados pelo Tesouro Nacional, o governo central registrou superávit primário de R$ 26,1 bilhões.
Mas esse número foi obtido graças aos R$ 31,9 bilhões de receita extra originada da engenharia financeira montada pelo governo na capitalização da Petrobras. Ao se subtrair a arrecadação extraordinária obtida com a manobra contábil do resultado efetivo do mês, chega-se aos R$ 5,8 bilhões. O superávit primário corresponde à economia do governo para o pagamento dos juros da dívida pública.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, saiu em defesa da operação de capitalização da Petrobras, cuja engenharia financeira feita pelo governo garantiu a receita extra aos cofres da União. "É uma receita de concessão como outra qualquer. Como sempre foi", defendeu.
Segundo ele, a operação da Petrobras "causou alegria" ao governo. O secretário evitou, no entanto, fazer comentários sobre o fato de que, sem as receitas da Petrobras, as contas do governo central em setembro teriam apresentado um déficit primário. "Não fazemos a conta dessa forma, retirando uma das receitas. Teríamos que refazer toda a série", justificou Augustin.