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Sem acordo, professores mantêm greve no estado do Rio

Após a reunião com o secretário, os professores fizeram manifestação na esquina da Avenida Delfim Moreira com a rua Aristides Espinola, no Leblon


	Professor em aula: sobre o reajuste salarial, secretaria lembrou que foi concedido este ano aos professores aumento de 8%, acima da inflação e do reajuste do piso nacional da categoria
 (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL)

Professor em aula: sobre o reajuste salarial, secretaria lembrou que foi concedido este ano aos professores aumento de 8%, acima da inflação e do reajuste do piso nacional da categoria (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2013 às 20h12.

Rio de Janeiro – Terminou sem acordo a reunião entre representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) e o secretário de Educação do estado, Wilson Risolia, e a categoria decidiu manter a greve, que começou no dia 8 deste mês.

A tentativa de acordo era em torno de 28% de reposição salarial para os professores. Após a reunião com o secretário, os professores fizeram manifestação na esquina da Avenida Delfim Moreira com a rua Aristides Espinola, no Leblon, em área próxima à do apartamento do governador Sérgio Cabral.

No encontro com Risolia, os professores pediram também a suspensão do corte do ponto e a revisão do veto do governador ao projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que garante ao professor o direito de dar aula em somente uma escola.

Segundo a Secretaria de Educação, a paralisação não seguiu os ritos formais e, por isso, estão sendo dadas faltas e os dias parados serão descontados. Para reverter essa decisão, a secretaria pediu que os 0,5% dos professores que pararam voltem a trabalhar. Wilson Risolia disse que o assunto é importante para a secretaria e que, nos novos concursos para professores, as vagas já são para 30 horas semanais, e não mais 16 horas por semana, para compensar o impedimento dos professores terem matrícula em mais de uma escola.

Quanto ao reajuste salarial, a secretaria lembrou que foi concedido este ano aos professores aumento de 8%, acima da inflação e do reajuste do piso nacional da categoria. De acordo com a secretaria, foram concedidos ainda benefícios como os auxílios alimentação, transporte e qualificação. Para professores em início de carreira [menos de três anos de rede estadual], o impacto do reajuste mais auxílio-alimentação foi de 25,28% (em 2013), informou a secretaria.

O coordenador do Sepe, Alex Trentino, disse, porém, que o aumento de 8% dado pela Secretaria Estadual de Educação não satisfaz aos profissionais da educação, porque o reajuste deve ser feito no piso salarial, e não nos benefícios. “Foi abordada na reunião a questão do abono, que foi votado na Alerj, e nós ganhamos. Saiu o abono, mas não houve a devolução do dinheiro, então vamos esperar até sexta-feira, e também os 8% de reajuste para os animadores culturais, que não saiu em junho, quando toda a categoria recebeu."

Segundo Trentino, para os professores, não houve avanço, que seria o reconhecimento da greve. Quando à questão da matrícula em apenas uma escola, o sindicalista destacou que os professores ganharam na Alerj, mas o governo vetou e não quer reconhecer isso. "A única coisa que ele [governo] colocou na mesa foi o seguinte: 'vocês saem da greve que eu abono as faltas'”, acrescentou Trentino.

Quarta-feira (21) de manhã, o Sepe fará nova assembleia com os profissionais da educação no Clube Municipal, na Tijuca. Para a tarde de sexta-feira (23), está prevista outra rodada de negociações com Luiz Carlos Becker, subsecretário de Gestão de Pessoas da Secretaria Estadual de Educação.

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