Soldado brasileiro da Minustah cumprimenta menino haitiano em favela de Porto Príncipe (AFP / Vanderlei Almeida)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2014 às 21h11.
São Paulo - Um vírus similar ao da dengue e também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti foi identificado pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo em seis soldados do Exército brasileiro recém-chegados do Haiti, onde participavam de missão de paz.
Eles foram infectados pelo chikungunya, comum no Sudeste Asiático e que há alguns meses tem se disseminado por ilhas do Caribe.
O Brasil nunca registrou casos autóctones da doença, ou seja, transmitidos em território nacional, mas é a segunda vez que o País tem casos importados de outras nações.
Em 2010, três brasileiros foram infectados pela doença no Sudeste Asiático, dois deles de São Paulo e um do Rio, segundo o Ministério da Saúde.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, os seis brasileiros infectados no Haiti chegaram ao País no dia 5 e passaram por exames no Instituto Adolfo Lutz que confirmaram a contaminação.
Após o diagnóstico, agentes da Superintendência de Controle de Endemias fizeram ações para matar larvas e mosquitos adultos nas instalações do Exército por onde os soldados passaram: o Hospital Militar de Área de São Paulo e o Batalhão de Logística do Exército, em Campinas, cidade que tem a maior epidemia de dengue do Estado.
De acordo com a secretaria, os soldados estão em observação e o estado de saúde deles é considerado bom e estável.
Sintomas
O vírus chikungunya tem sintomas parecidOs aos da dengue, como febre, dores no corpo, nos olhos e nas articulações e manchas vermelhas no corpo.
Não há forma hemorrágica da doença, mas ela pode deixar sequelas permanentes, como um quadro de artrite. A doença também pode ser transmitida pelo mosquito Aedes albopictus, outro inseto transmissor da dengue presente no Brasil.
Assim como no caso da dengue, não há tratamento específico para a chikungunya, apenas medicamentos para minimizar os sintomas.
A assessoria de comunicação do Ministério da Defesa informou que, além dos seis casos já confirmados, outros quatro estão em investigação. Todos os soldados estão isolados.