Protesto: "Flagrante delito por associação criminosa e incêndio. O sindicato deve parar com isso ou serão tratados como hoje, como criminosos" (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2016 às 15h56.
São Paulo - O secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, chamou de "criminosos" os atos realizados por taxistas entre esta terça-feira, 10, e quarta-feira, 11, após o aplicativo de caronas Uber ter sido regulamentado pelo prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT).
"Não é admissível e espero que toda a categoria repudie isso. Não é possível a conduta que os membros do sindicato (dos taxistas) estão tomando, atitude criminosa", disse Moraes, cotado para assumir cargo no governo federal caso a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) seja aprovada no Senado.
Desde o anúncio da decisão de Haddad, o sindicato tem paralisado vias da capital em repúdio à medida.
Na terça-feira, o presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores das Empresas de Táxi de São Paulo (Simtetaxi), Antônio Matias, o Ceará, pediu, pelo WhatsApp, pneus para incendiar na frente da Prefeitura.
Na quarta-feira, a paralisação seguiu e quatro foram detidos em flagrante na Avenida 23 de Maio, depois de atear fogo em pneus bloqueando a passagem na altura do Túnel João Paulo II.
Os suspeitos, diretores do Sindicato dos Motoristas de Táxi de São Paulo, foram indiciados pelo incêndio.
"Flagrante delito por associação criminosa e incêndio. O sindicato deve parar com isso ou serão tratados como hoje, como criminosos. A grande maioria dos taxistas, 99%, não pode concordar com isso", disse o secretário.
"Como alguém vai continuar confiando nos taxistas? Como alguém vai deixar seus filhos irem com os taxistas se essa minoria vem fazer baderna e criminalidade?"
Regras
O decreto de Haddad estabelece limites para o funcionamento dos aplicativos com base na quilometragem rodada. Os carros das empresas de tecnologia poderão fazer um número de viagens equivalente ao de 5 mil táxis tradicionais.
E terão de pagar uma outorga, variável de acordo com a oferta e a demanda e estimada, inicialmente, em R$ 0,10 por quilômetro.
Os aplicativos deverão compartilhar as informações com o poder público, detalhando origem e destino de cada viagem, tempo do trajeto, quanto o passageiro esperou e os itens cobrados.
A Prefeitura, por sua vez, promete compartilhar essas informações com a população. As empresas terão de ser credenciadas e passarão a chamar Operadoras de Tecnologia de Transporte Credenciadas (OTTCs).