Passageiros em estação de metrô de São Paulo: segundo o secretário, o problema teria levado entre 10 e 15 minutos para ser resolvido caso os usuários não tivessem ocupado os trilhos (Friedemann Vogel/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2014 às 09h33.
São Paulo - O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirmou nesta quarta-feira, 5, à 'Radio Estadão' que o Metrô irá usar imagens das câmaras de segurança para identificar as pessoas que teriam motivado passageiros a ocupar as linhas após uma pane na Linha 3-Vermelha nessa terça-feira, 4. Uma falha nas portas de um dos trens paralisou todo o ramal em dez das 18 estações das 18h19 às 23h22.
Segundo o secretário, o problema teria levado entre 10 e 15 minutos para ser resolvido caso os usuários não tivessem ocupado os trilhos, porque isso forçou o desligamento da energia e a paralisação de outras composições. Para ele, "vândalos" foram responsáveis por insuflar as pessoas a parar a operação na linha, especialmente na Estação Sé.
"Alguns exaltados, com ânimo para fazer vandalismo, começaram a motivar, gritar palavras de ordem, slogans, para que as pessoas pulassem", disse Fernandes.
Ele afirmou não ter certeza se o acionamento dos botões de emergência em sete composições da Linha 3 foi "orquestrado" ou uma tentativa das pessoas de escapar do calor, já que o ar condicionado foi desligado com o corte da energia.
De acordo com o secretário, a Polícia Civil está fazendo uma análise da situação e a Polícia Militar está de prontidão para que o "movimento" não se replique. O Metrô, segundo Fernandes, irá comparar as imagens do tumulto dessa terça com as registradas em manifestações de rua, a fim de verificar se os supostos agitadores coincidem.
"Não vamos admitir que vândalos saiam das ruas e entrem no Metrô", declarou. "Se detectarmos [no Metrô] a presença de quem estava ontem [terça], eles poderão ser acompanhados".
Série K
Jurandir Fernandes desmentiu o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres. Ao contrário do que disse o sindicalista à reportagem, Fernandes afirmou que o problema nas portas não teve início em uma composição da série K, mas na série H.
"O sindicato tem uma fobia com essa série K, uma coisa que precisa ser explicada no campo da psicologia".
A série K faz parte de um lote de trens reformados a partir de 2008. O procedimento foi considerado "danoso" ao Estado pelo Ministério Público Estadual (MP), já que as composições vêm apresentando problemas. Por causa disso, os contratos foram cancelados na segunda-feira pelo MP.