São Paulo – A secretária Maria Lúcia Tavares, responsável pelo controle dos supostos pagamentos ilícitos da Odebrecht, estaria negociando delação premiada com os investigadores da Operação Lava Jato.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, essa é a primeira vez que um empregado da maior empreiteira do Brasil colabora com as investigações.
Maria Lúcia foi presa temporariamente no mês passado na 23ª fase da Lava Jato por entregar os ‘acarajés’ [termo usado para propina] aos executivos da Odebrecht.
As planilhas apreendidas pela PF registram pagamentos ilegais oriundos do esquema de corrupção da Petrobras feitos ao marqueteiro do PT, João Santana, e sua mulher, Mônica Moura.
Segundo as investigações, o casal teria recebido US$ 7,5 milhões de dois acusados de corrupção na Petrobras, entre 2012 e 2014, em conta secreta em nome da offshore Shellbill Finance SA.
Com o acordo de delação, a polícia poderá esclarecer os repasses feitos para Santana e verificar se há relação com a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2014.
João Santana foi o marqueteiro responsável pelas duas campanhas de Dilma à presidência e pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.
Na manhã desta terça-feira, o jornal o Globo revelou que os empresários Marcelo Odebrecht, da Odebrecht, e Léo Pinheiro, da OAS, estariam negociando um acordo simultâneo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Segundo o jornal, os executivos presos na Lava Jato querem salvar as duas empresas de uma eventual falência.
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1/12 (Marcelo Camargo / Agência Brasil)
São Paulo – Desde que o esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro na
Petrobras foi deflagrado pela
Polícia Federal (PF) em março de 2014, uma série de codinomes envolvendo os investigados foram descobertos pelos agentes da polícia. Acontece que nos relatórios e nas planilhas de contabilidade das propinas, o nome dos executivos da estatal, das empreiteiras, dos operadores e dos doleiros precisavam ser maquiados. Na prática, para evitar que fossem descobertos, os integrantes das organizações criminosas referiam-se uns aos outros com apelidos bizarros. É o caso da doleira Nelma Kodama, que se identificava como Angelina Jolie nas trocas de mensagens com o doleiro Alberto Youssef. Assim como Nelma, em quase todas as fases da
Operação Lava Jato foram deflagrados novos codinomes. Navegando pelas imagens você vê outros exemplos.
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2. Nelma Kodama – Angelina Jolie
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2/12 (Getty Images)
A doleira foi flagrada pela Polícia federal (PF) ao tentar embarcar para a Itália com cerca de 200 mil euros escondidos dentro de sua calcinha. Ela foi presa em março de 2014 por organização criminosa, crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Na época, os doleiros Alberto Youssef, Raul Srour e Carlos Habib Chater também foram presos. O apelido, Angelina Jolie, era usado nas trocas de mensagens com Youssef. Ela também se identificava como Greta Garbo e Cameron Diaz.
Célio Azevedo/Agência Senado/VEJA
A doleira, Nelma Kodama
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3. João Santana – Feira
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3/12 (Dado Galdieri/Bloomberg)
O marqueteiro João Santana, preso na 23ª fase da Operação Lava Jato, é suspeito de ter uma conta secreta na Suíça com mais de 7,5 milhões de dólares provenientes de lavagem de dinheiro na Petrobras.
Em depoimento, ele admitiu que alguns depósitos foram feitos pelo grupo Odebrecht como pagamento de caixa 2 de campanhas na Venezuela e Angola.
Para a PF, “Feira” era o apelido que Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que leva seu sobrenome, usava para se referir a João Santana.
REUTERS/Rodolfo Buhrer
O marqueteiro João Santana
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4. José Dirceu – Bob
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4/12 (Paulo Whitaker/Reuters)
O ex-ministro da Casa Civil e um dos principais nomes do governo Lula foi investigado na Lava Jato por receber propina de um dos operadores do esquema. O apelido “Bob” foi atribuído à Dirceu, pois era o termo que aparecia na contabilidade da propina.
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5. Luiz Argôlo - Bebê Johnson
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5/12 (oksun70 / Thinkstock)
Investigado por quebra de decoro, o ex-deputado federal recebeu o codinome pela ex-contadora do doleiro Alberto Youssef por sua idade e aparência.
Argôlo foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Laja Jato. Ele teria recebido uma parte do dinheiro ilícito pago pelas empreiteiras da Petrobras.
Lúcio Bernardo Jr./Agência Câmara
Luiz Argôlo responde a dois processos por quebra de decoro parlamentar
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6. João Vaccari Neto - Moch
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6/12 (Michael Loccisano/Getty Images)
O ex-tesoureiro do PT foi acusado por corrupção e lavagem de dinheiro.
Na planilha de pagamentos de propinas feita pelo ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, ele era citado como Moch. O motivo? Vaccari Neto sempre usava uma mochila.
Ueslei Marcelino/Reuters
O ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto
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7. Nestor Cerveró - Lindinho
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7/12 (Wilson Dias/Agência Brasil)
O ex-diretor da área internacional da Petrobras recebeu o apelido de “lindinho” pelo ex-gerente da estatal, Eduardo Musa, que é um dos delatores da Operação Lava Jato. Cerveró foi condenado pelo crime de lavagem de dinheiro e corrupção passiva por ter recebido pagamentos indevidos na Petrobras.
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8. Renato Duque – My way
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8/12 (Joe Bangay/Getty Images)
O ex-diretor de serviços da Petrobras era chamado de “My Way” pelo ex-gerente executivo da estatal, Pedro Barusco.
Duque, acusado de participar dos desvios de dinheiro na Petrobras, recebeu o apelido em referência a um dos maiores hit’s de Frank Sinatra.
Ueslei Marcelino/Reuters
Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras
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9. Julio Faerman – Batman
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9/12 (Reprodução/YouTube)
O empresário e delator no esquema de corrupção da Petrobras foi denunciado por ter participado no esquema de propinas em contratos de aluguel de navios-plataforma da holandesa, SBM Offshore. O apelido foi dado pelo ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco. Seu sócio, Luís Eduardo Barbosa (também envolvido na Lava Jato) foi apelidado de Robin – já que andavam sempre colados.
Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados
O empresário, Julio Faerman
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10. João Cláudio Genu – Mercedão
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10/12 (Divulgação)
Alvo da operação Politeia (desdobramento da Lava Jato), o ex-assessor do PP foi condenado no processo do Mensalão e, no âmbito da Lava Jato, é suspeito de ter repassado dinheiro orindundo do esquema de corrupção aos políticos do partido.
Conhecido como “João Mercedão”, ele recebeu o apelido por seu gosto pelos carros da Mercedes-Benz.
José Cruz
O ex-assessor do PP, João Cláudio Genu
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11. Rafael Angulo Lopez – Véio
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11/12 (Jefferson Coppola/VEJA)
Lopez é réu da Operação Lava Jato por ser o doleiro “braço direito” de Alberto Youssef. Ele era o responsável por repassar o dinheiro ilegal aos clientes participantes do esquema de corrupção na Petrobras. Em delação premiada, ele confessou ter feito entregas de dinheiro a pedido de Youssef. Seu codinome foi dado por ter mais de 60 anos.
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12. E por falar em Lava Jato...
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12/12 (Arquivo/Agência Brasil)