Segunod a entidade, 450 mil unidades foram negociadas em 2010 devido aos recursos do SBPE (Claudio Rossi/VOCÊ S/A)
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2011 às 14h33.
O Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) estima que a participação do crédito imobiliário dentro do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil passará dos atuais 4% para 11% em 2014. A perspectiva tem como base estudos da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e do Banco Central (BC).
Ao fazer um balanço do ano passado e da década, o sindicato reafirmou ainda a projeção de crescimento de 50% nos financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo(SBPE) para 2011, que deve saltar de R$ 57 bilhões para R$ 85 bilhões. Em 2010, a entidade estima que os recursos do SBPE tenham financiado 450 mil unidades. Até novembro, dados da Abecip apontam que já foram financiados 358,7 mil imóveis por essa via, sendo 183,5 mil para aquisição e 175,2 mil para construção. O montante equivale a R$ 47,9 bilhões.
Conforme o presidente do Secovi-SP, João Crestana, os instrumentos alternativos de recursos para o crédito imobiliário devem continuar ganhando importância em 2011, com destaque para os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Covered Bonds Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Financiamento Imobiliário (LFI).
Em meio à perspectiva de que em breve os recursos da poupança não serão suficientes para atender à demanda por crédito, o setor tem discutido há alguns meses a necessidade de novas fontes e instrumentos de captação. Na opinião do Secovi, essas medidas deverão permitir a transição do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) para o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) e a manutenção da saúde financeira do segmento produtivo e do consumidor, que terão crédito disponível para novos negócios.
Com relação aos avanços do "Minha Casa, Minha Vida", a entidade já o considera um programa permanente do Estado, que tem contribuído para a desburocratização do setor. O sindicato lembra, citando dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), que até novembro de 2010, 48% dos lançamentos residenciais na capital paulista foram de imóveis de dois dormitórios, com boa parte sendo enquadrada no programa do governo.
O sindicato chama a atenção ainda para a necessidade de investimentos em inovação tecnológica, desburocratização de processos e qualificação de mão-de-obra para que se mantenha um ritmo de crescimento sustentável do mercado imobiliário. Segundo a entidade, essa expansão deve seguir em linha com a variação do PIB.