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Seca atual só ocorre a cada 3.378 anos

Segundo o estudo do governo paulista, a probabilidade de o cenário se repetir é de apenas 0,033%


	Marcadores indicam o nível de água na represa de Jaguary, no interior de São Paulo: o mês de fevereiro apresentou um tempo de recorrência de 10.000 anos
 (Nacho Doce/Reuters)

Marcadores indicam o nível de água na represa de Jaguary, no interior de São Paulo: o mês de fevereiro apresentou um tempo de recorrência de 10.000 anos (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2014 às 08h48.

São Paulo - Um relatório técnico produzido pelo Centro Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos do governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP) aponta que uma crise de estiagem tão crítica quanto a registrada no Sistema Cantareira em pleno período chuvoso ocorre só a cada 3.378 anos.

Segundo o estudo, que avaliou a severidade desta seca histórica no principal manancial paulista, a probabilidade de o cenário se repetir é de apenas 0,033%.

"Isto comprova que a estiagem ocorrida no período de outubro/2013 a março/2014 foi bastante crítica, com o período de retorno extremamente elevado, em outras palavras, baixíssima probabilidade de ocorrência", afirma o documento ao qual a reportagem teve acesso.

O parecer é assinado pelo técnico Paulo Takashi Nakayama e avalia o período de retorno da chuva registrada nesses seis meses na região e das vazões afluentes ao Cantareira.

O período de retorno ou tempo de recorrência é o tempo médio em anos em que um evento é igualado ou superado pelo menos uma vez.

Calculou-se o período de retorno da chuva acumulada entre outubro de 2013 e março deste ano com base na série histórica da chuva mensal registrada em quatro estações pluviométricas distribuídas na região onde ficam os rios e represas que compõem o Sistema Cantareira.

Com exceção da estação em Nazaré Paulista, onde fica a Represa Atibainha, todos os outros pontos registraram período de retorno do volume de chuva superior a 1.000 anos.

Mais crítico da história do sistema, inaugurado na década de 1970, o mês de fevereiro apresentou um tempo de recorrência de 10.000 anos. Ou seja, um índice pluviométrico tão baixo só voltaria a ocorrer no ano 12.014.

Para integrantes do governo Alckmin, o estudo comprova que a crise atual é a mais severa da história, e ajuda a desconstruir as críticas feitas pelos adversários políticos de que faltou planejamento para evitar a escassez hídrica.

Os pré-candidatos ao governo do Estado Alexandre Padilha (PT) e Paulo Skaf (PMDB) têm criticado o tucano e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) por falhas na gestão dos recursos hídricos.

TV.

Após escalar o apresentador de TV Rodrigo Faro para convocar seus clientes a economizar água por causa da histórica estiagem do Sistema Cantareira, a Sabesp agora enaltece a "coragem", "determinação" e "solidariedade" dos paulistas para enfrentar a crise de abastecimento de água.

"Paulista é aquele que nasceu para vencer, faça chuva ou faça sol", afirma a nova peça publicitária da Sabesp. Com um minuto de duração, a propaganda diz que "paulista é todo aquele que nasce da união da coragem com a determinação" e que "agora um novo desafio surgiu" porque "a chuva não veio" e "São Paulo vive a maior seca da sua história".

Nesta segunda-feira, Alckmin voltou a descartar a necessidade de racionamento de água. "Nós não temos nenhum racionamento nos municípios operados pela Sabesp. Nenhum caso", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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