Bolsonaro: "Não pode é dinheiro público ser usado para fazer filme pornográfico", afirmou o presidente (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de julho de 2019 às 15h23.
Última atualização em 19 de julho de 2019 às 17h28.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 19, que pretende transformar a Agência Nacional do Cinema (Ancine) em uma secretaria vinculada a algum dos ministérios do governo e disse que ela terá "filtros culturais" para a seleção do que será fomentado pelo órgão.
"A cultura vem para Brasília e vai ter um filtro, sim. Já que é um órgão federal, se não puder ter filtro, nós extinguiremos a Ancine. Privatizaremos ou extinguiremos. Não pode é dinheiro público ser usado para fazer filme pornográfico", afirmou se referindo ao filme Bruna Surfistinha, que já havia sido criticado por ele ma quinta-feira, 18.
Questionado sobre que tipo de filtro será usado, Bolsonaro disse que são filtros culturais e citou como exemplo histórias que retratem os "heróis nacionais".
"Temos tantos heróis no Brasil e a gente não fala dos heróis do Brasil, não toca no assunto. Temos que perpetuar, fazer valer, dar valor a essas pessoas que no passado deram sua vida, se empenharam para que o Brasil fosse independente lá atrás, fosse democrático e sonha-se com um futuro que pertence a todos nós", disse Bolsonaro reafirmou que a diretoria da Ancine será transferida do Rio de Janeiro para Brasília.
Após críticas do presidente ao suposto 'ativismo' da Agência Nacional do Cinema (Ancine), a direção será transferida para Brasília. O restante dos funcionários ficará no Rio de Janeiro.
Bolsonaro assinou nesta quinta-feira, 18, a transferência do Conselho Superior de Cinema, responsável pela política nacional de audiovisual, do Ministério da Cidadania para a Casa Civil.
O objetivo é que o Palácio do Planalto tenha mais influência sobre o órgão. Oficialmente, o intuito é "fortalecer a articulação e fomentar políticas públicas necessárias à implantação de empreendimentos estratégicos para a área".