Raquel Dodge: a procuradora-geral disse que a acusação está na Câmara, a quem caberá decidir se autoriza o STF a julgá-la (Wilson Dias/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de setembro de 2017 às 18h40.
Última atualização em 26 de setembro de 2017 às 19h46.
Brasília - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta terça-feira, em entrevista à imprensa, que dará continuidade à denúncia contra o presidente Michel Temer caso a Câmara dos Deputados autorize que a acusação seja processada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A denúncia foi elaborada pelo antecessor de Raquel, ex-procurador-geral Rodrigo Janot, dois dias antes de deixar o cargo.
"Estaremos dependentes a seguir do prosseguimento ou não dessa denúncia. Darei a ela a continuidade, como mister do meu cargo", disse Raquel Dodge.
Ela afirmou que no seu primeiro de dia de trabalho elaborou memorial aos ministros do Supremo opinando a favor do encaminhamento imediato da acusação à Câmara.
Se os deputados autorizarem o processamento da denúncia contra Temer, o plenário do STF deve decidir se recebe a acusação e abre ação penal contra o presidente.
"Exercerei aquilo que é dado a todo membro do Ministério Público, com clareza e transparência, uma vez a denúncia estando ajuizada. A denúncia será submetida ao plenário do STF e, se recebida, deverá ter continuidade porque a ação penal pública é indisponível, não pode nenhum procurador voltar atrás, numa linguagem mais leiga", disse Raquel Dodge.
Ela evitou analisar o mérito ou supostos problemas da denúncia, que tem sido levantados pela defesa de Temer. Segundo ela, "não cabe fazer análise" sobre o assunto.
A procuradora-geral também não opinou sobre qual deveria ser o resultado da votação na Câmara. "Não me cabe dar opinião sobre como se manifestará a Câmara. Respeito essa instituição", disse Raquel Dodge.
Raquel tomou posse no último dia 18. Essa é sua primeira entrevista à imprensa desde que assumiu o comando da Procuradoria-Geral da República.