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Saúde reduz em quase 30% previsão de entrega de vacinas até abril

Na atualização do cronograma, o Brasil vai receber no período 72,7 milhões de doses em vez de 102,7 milhões

Marcelo Queiroga: ministro da Saúde. (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Marcelo Queiroga: ministro da Saúde. (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 24 de abril de 2021 às 20h07.

O novo cronograma de entrega de vacinas contra Covid-19 divulgado pelo Ministério da Saúde neste sábado reduziu em quase 30% a quantidade de doses de vacinas contra Covid-19 que seriam entregues ao país até abril, se comparado com previsão feita pela própria pasta no mês passado -- ainda sob o comando do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

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Anteriormente, a expectativa era de que o país recebesse de janeiro até abril 102,7 milhões de doses de vacina. Na atualização do cronograma, contudo, o país vai receber no período 72,7 milhões de doses.

A título de comparação, somente em abril -- mês em que o país registrou piores momentos da pandemia -- a previsão era de receber 47,3 milhões de doses. O governo, entretanto, vai receber 26,6 milhões de doses -- 20,7 milhões de doses a menos.

Desde o início da gestão do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, há um mês, a pasta vem evitando apresentar dados detalhados sobre o cronograma de recebimento de vacinas contratadas.

Mas, na última terça-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia dado prazo de cinco dias para o governo do presidente Jair Bolsonaro se manifestar em uma ação movida pela Rede Sustentabilidade que cobrava a divulgação detalhada do cronograma de recebimento de vacinas contra Covid-19.

Em entrevista coletiva neste sábado, o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Otávio da Cruz, atribuiu a diferença de número de doses recebidas no período à não entrega por falta de insumos e também por parte de laboratórios não terem recebido o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"No mês de abril, de igual forma, a gente teve uma expectativa mais baixa de produção porque a gente não teve a Covaxin entregue e tivemos alguns ajustes aí", disse o dirigente, citando que a vacina russa Sputink V também não foi liberada para uso. Na segunda-feira a Anvisa vai avaliar um pedido de importação feita por Estados e municípios desse imunizante.

O secretário-executivo disse que o cronograma passará a ser atualizado semanalmente pelo ministério.

Na coletiva de sábado, o Ministro da Saúde disse que, apesar dos "contratempos" na entrega das doses, o país está muito próximo de atingir a meta de vacinação das pessoas acima dos 60 anos.

Na quarta-feira, em entrevista coletiva, Marcelo Queiroga já havia admitido que iria adiar, em quatro meses, para setembro, a conclusão da vacinação contra Covid-19 dos grupos prioritários no país.

O Brasil possui o segundo maior número absoluto de mortes por Covid-19 no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Levantamento da Reuters aponta que, mesmo após a estabilização recente, o país ainda lidera o planeta na quantidade média diária de mortes pela doença, sendo responsável por um em cada cinco óbitos registrados no mundo a cada dia.

A demora do governo federal de fechar acordos com laboratórios para acelerar a vacinação, durante a gestão Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, será um dos focos de investigação da CPI da Pandemia do Senado, que terá seus trabalhos formalmente instalados na terça-feira.

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