No caso de morte por covid-19, a realização de velório não é permitida e o caixão é fechado (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de março de 2021 às 08h32.
Com 373 enterros em apenas um dia, a capital paulista registrou neste domingo, 21, o recorde diário de sepultamentos em cemitérios públicos, privados e crematórios desde o início da pandemia. O Serviço Funerário do Município de São Paulo já fez a contratação de oito torres de energia para a realização de enterros noturnos por 60 dias, ratificados a cada 30, medida que será adotada se o número diário de enterros chegar a 400. O pico de 2020 foi em 26 de maio, com 322 enterros.
Até o momento, não foi necessário realizar sepultamentos no período noturno, mas duas torres já estão disponíveis no Cemitério da Vila Formosa, o maior da América Latina, na zona leste. Os equipamentos podem ser utilizados caso sepultamentos agendados ultrapassem o horário de funcionamento do local.
No caso de morte por covid-19, a realização de velório não é permitida e o caixão é fechado. A despedida é breve e ocorre apenas no momento do sepultamento. Para os demais óbitos, o velório pode durar até uma hora com permissão de participação de dez pessoas.
Se o número de sepultamentos por dia chegar a 400, nenhum velório poderá ser realizado. Nesse caso, "novas medidas serão aplicadas, tais como a realização de enterros noturnos e a suspensão de velórios", adianta a autarquia.
Em alta
Até o dia 15 de março, o número de enterros estava na casa dos 200. A partir do dia 16, superou os 300, atingindo o maior número diário no dia 21. No sábado passado, o recorde de enterros desde o início da pandemia já tinha sido alcançado, com 372 enterros.
O pico do fim de semana causou aglomeração no Cemitério Vila Formosa. "Tivemos fila dos carros fúnebres e elétricos, mesmo com carros grandes para transportar seis caixões. Por se tratar de momento de despedida, muitas famílias não compreendem as normas de distanciamento, dificultando a ação das equipes", diz João Gomes, do sindicato do setor.
Barreiras nas estradas
No dia em que registrou 19 mortes pela covid-19, um número recorde desde o início da pandemia, a prefeitura de Sorocaba anunciou, no fim da tarde desta segunda-feira o fechamento da cidade com barreiras, a partir desta terça, 23. O objetivo é monitorar e reduzir o fluxo de pessoas de outras cidades.
De acordo com o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), serão instaladas cinco barreiras fixas nos principais acessos à cidade e uma barreira móvel que atuará em outras rotas de acesso. Segundo ele, a situação da pandemia se agravou: 220 pessoas estão internadas, sendo 112 em UTI, e há 90 aguardando vagas em hospital.
Manga pretende fazer convênio com a Polícia Militar, no que chamou de operação delegada temporária, para dar suporte à operação das barreiras. "As pessoas terão de parar, terão a temperatura medida e vão receber orientação sobre o uso de máscara. Às pessoas que vierem de fora vamos explicar que o melhor a fazer neste momento é ficar em sua cidade", disse.
A taxa de ocupação de leitos para covid-19 em UTI é de 100% nos hospitais estaduais Adib Jatene e Hospitalar de Sorocaba, e de 93% na Santa Casa. O centro municipal de estabilização Covid São Guilherme também tem 100% da UTI ocupada.