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São Paulo tem dez casos suspeitos de febre amarela

Pessoas apresentaram os sintomas característicos da doença que incluem febre, dor no corpo e ,em alguns casos, diarreia

Febre amarela: a população poderá se vacinar contra a doença em UBS (Douglas Engle/Bloomberg)

Febre amarela: a população poderá se vacinar contra a doença em UBS (Douglas Engle/Bloomberg)

AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de novembro de 2017 às 16h45.

Desde o último dia 21 de outubro, quando teve início a campanha de prevenção contra a febre amarela na zona norte da cidade de São Paulo, 14 pessoas apresentaram os sintomas característicos da doença que incluem febre, dor no corpo e ,em alguns casos, diarreia.

No entanto, do total de casos suspeitos, quatro já foram descartados e dez estão sob investigação.

Em entrevista à Agência Brasil, a coordenadora do Núcleo de Doenças Transmissíveis por Vetores e Outras Zoonoses, Vivian Ailt, esclareceu que apenas uma dessas pessoas em observação está internada e trata-se um paciente vindo da África, que já teria chegado ao país com os sintomas.

Ela explicou que, no momento, são aguardados os resultado dos testes laboratoriais. O diagnóstico é feito por meio da coleta de sangue e o material é encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz.

Para certificar a presença do vírus são realizados exames moleculares e sorologia. O prazo para análise é de dez dias.

Macacos

Apesar de ter sido intensificada a vacinação na zona norte, após a morte de três macacos com a presença do vírus confirmada - um no Horto Florestal e dois no Parque Anhaguera-, não houve nenhum caso de transmissão em toda a cidade neste ano, segundo Ailt.

Ela afirmou que as 12 notificações, registradas no começo deste ano, eram todas de pessoas que adquiriram o vírus fora da cidade (11 em Minas Gerais e um em Monte Alegre do Sul, no interior paulista).

"Quem reside em áreas próximas do local de risco, na região da Cantareira [Serra onde existe ainda densa vegetação de remanescentes de Mata Atlântica] deve procurar os postos para tomar a vacina", recomenda a médica.

Ela explicou que, se alguma vez na vida a pessoa já recebeu a vacina, não precisa de um reforço, de acordo com convenção da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Campanha ampliada

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a partir desta quarta-feira (8) estará ampliando, gradativamente, o número de Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde a população poderá se vacinar contra a doença.

Mais seis postos entraram na campanha, elevando para 43 o total de endereços disponíveis na região: UBS Vila Barbosa, UBS Vila Terezinha, UBS Jardim Icaraí, UBS Jardim Ladeira Rosa, UBS Vila Penteado e UBS Parque Edu Chaves. Nos próximos dias, o atendimento deverá ser estendido para 56 unidades.

A maioria dos postos funciona em horário estendido, das 7h às 19h, mas algumas UBSs já retornaram ao horário normal (das 7h às 17h ou das 7h às 18h). Até ontem (7), 720.338 pessoas tinham sido imunizadas.

A SMS também informou que mobilizou 800 agentes públicos no combate ao mosquito Aedes aegypti na zona norte.

Estão sendo visitados imóveis em um eixo de 300 metros da borda da mata da Serra da Cantareira. O objetivo é evitar a urbanização da doença, o que não ocorre desde 1942.

A febre amarela detectada nos três macacos mortos refere-se à transmissão por meio da picada dos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que normalmente vivem em matas e vegetações à beira dos rios.

O secretário municipal de saúde, Wilson Pollara, pediu apoio da população para ajudar na eliminação dos vetores.

"Estamos trabalhando em diversas frentes para evitar os casos autóctones (quando a doença é adquirida dentro do município). Para isso, além da vacinação, é fundamental combater o vetor com ações nos criadouros".

Ele recomenda que a população deve se manter em alerta evitando o acúmulo de água parada e de ambientes que possam favorecer o desenvolvimento das larvas desses insetos que além da febre amarela, transmitem a dengue, zika e febre chikungunya.

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